Ana Maria - Edição 1188 (2019-07-25)

(Antfer) #1
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E


studos mostram que, de 1989 a 2016, a
mortalidade em mulheres com câncer
de mama caiu 40%. Isso já demonstra o
avanço no tratamento da doença.
Nos tempos mais antigos, a solução era
a cirurgia com a remoção radical da mama
e da pele que a envolve. No final do século
XIX, surgiu a possibilidade de usar a radiação
no local do tumor e de se remover os ovários
para ajudar no controle da doença. Já em
meados do século XX, se percebeu que, ao
remover os ovários, se reduzia a produção
hormonal e, consequentemente, controlava-
se o câncer. Essa descoberta deu início,
então, ao tratamento hormonal.
A quimioterapia surgiu em meados dos
anos 50. No final dos anos 70, aplica-se
a poliquimioterapia, com uso de várias
drogas em conjunto para diminuir o risco
de recidiva. Em 1971, cria-se o NCI (National
Cancer Institute), com investimento para
o avanço das pesquisas para erradicação
do câncer. Desde então a sobrevida das
pacientes melhorou. Junto à evolução do
tratamento, vieram os exames de prevenção
e diagnósticos mais precisos e precoces.
Também cresceram as cirurgias menos
invasivas e cirurgias plásticas reparadoras.^
Na década de 90 surgem drogas mais
efetivas, e a radioterapia e cirurgias
conservadoras ganham espaço. O novo
século traz avanços no uso de terapias
alvo com a descoberta de mecanismos
intracelulares e alterações genéticas
específicas dos tumores. Em 2003, a
era da genômica se inicia. Após 2010, o
desenvolvimento de terapias específicas e
a personalização do tratamento se torna
realidade, trazendo resultados superiores.
O que tudo isso significa? Que de
1973 para cá, a taxa de sobrevida saltou
consideravelmente. E que a evolução da
medicina trouxe grande alento e benefícios,
mas ainda há o que melhorar – e as
condições para isso existem. Ano após ano,
a ciência segue avançando para preservar
cada vez mais a saúde e a alegria de viver.

Envie suas dúvidas para Alexandre Pupo pelo e-mail [email protected]

A evolução no tratamento


do câncer de mama


| Ginecologista |


De acordo com o
Instituto Nacional
de Câncer (INCA),
o câncer de mama
é o tipo que mais
acomete as
mulheres no Brasil.
A região Norte é a
única do país em que
a doença não
é a mais comum,
já que o de
colo de útero
ocupa a
primeira posição.

Prováveis fatores:
mulheres acima de
50 anos; histórico
familiar (parentes
que tiveram a
doença); não ter
filhos ou tê-los após
os 30 anos; elevado
consumo de álcool;
excesso de gordura
na região abdominal;
falta de exercícios
físicos; ciclo
menstrual (mulheres
que menstruaram
antes dos 12 anos ou
que entraram
na menopausa
após os 55).

ALEXANDRE PUPO
Ginecologista do Hospital
Sírio-Libanês, obstetra,
membro do corpo clínico do
Hospital Albert Einstein.
Ele também é mastologista e
membro titular do núcleo de
mastologia do Hospital Sírio-
Libanês. É diretor clínico da
Clínica Souen, onde atende:
http://www.clinicasouen.com.br

“De 1973 para cá,
a taxa de sobrevida saltou
consideravelmente. E a
evolução da medicina trouxe
grande alento e benefícios,

mas ainda há o que melhorar


e as condições para
isso existem. A ciência segue
avançando para preservar
cada vez mais a saúde”

Fatores
de risco

Ranking da
doença
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