carta ao leitor (^) editorial
SUPERINTERESSANTE edição nº 436 (ISSN 0104-178-9), ano 36,
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Com 71% da população vaCinada
com duas doses, o Brasil deixou pa-
ra trás a Suíça (segundo maior IDH
do mundo; 67%), Israel (pioneiro da
vacinação em massa; 67%) e os Es-
tados Unidos (que bancaram boa
parte do desenvolvimento dos imu-
nizantes; 64%).
A cobertura vacinal, até o início
de fevereiro, estava a par com a de
vários países desenvolvidos menos
atrapalhados pelo negacionismo.
Empatávamos com a Holanda (71%),
e chegávamos perto de Reino Unido
(73%), Noruega (74%) e Suécia
(73%). Também não estávamos lon-
ge de duas das grandes referências
globais no combate à Covid: Aus-
trália e Nova Zelândia (80% cada).
Esses números talvez caíssem
bem num comunicado oficial de go-
verno. Comunicados oficiais, po-
rém, seguem a filosofia do ex-
-Ministro da Fazenda Rubens Ricú-
pero: “O que é bom a gente mostra;
o que é ruim a gente esconde”.
Como isto não tem nada de co-
municado oficial, vamos ao lado
meio vazio do copo. Mesmo com os
ótimos números de vacinação que
atingiu, o país manteve-se firme
como um daqueles onde a Covid
mais matou.
A forma mais precisa de medir
isso é checar as mortes a cada 100
mil habitantes. E aí estamos em
má companhia.
Com 300 mortos a cada 100 mil
brasileiros, ocupávamos no início de
fevereiro a 14ª posição nessa lista,
entre os 197 países monitorados pe-
la Universidade Johns Hopkins, dos
EUA. Estávamos ombro a ombro
nesse rol com Romênia (314 mor-
tos/100 mil moradores), Eslováquia
(330) e Croácia (349). Com um agra-
vante: os índices de vacinação nes-
ses países são pífios comparados aos
nossos: 54% na Croácia, 49% na
Eslováquia, 41% na Romênia. Entre
as nações à nossa frente, e com tantos
vacinados quanto a gente, só o Peru
- proporcionalmente o mais devasta-
do pela Covid, aliás (637/100 mil).
Os EUA, país com mais mortes em
números absolutos (904 mil), apare-
cem em 21º na lista ponderada – uma
posição desonrosa, mas melhor do
que a nossa. E claro: por esse quesito
seguimos na segunda posição do ran-
king global, com 632 mil – bem à frente
dos 504 mil da Índia, a terceira colo-
cada (mas com uma população 6,6 ve-
zes maior e apenas 53% de vacinados).
No fim das contas, somos um dos
poucos que aparecem com destaque
tanto na lista de países que mais va-
cinaram como na de mortos por Co-
vid a cada 100 mil habitantes.
Trata-se de um dado esquizofrêni-
co. Mas que só reflete a realidade tor-
ta em que temos vivido. De um lado,
uma população mais lúcida que en-
tende a importância das vacinas e
abraçou-as com mais intensidade que
a de boa parte dos países desenvolvi-
dos. Do outro lado, um governo que
não está à altura do povo pelo qual
deveria zelar. Um governo que, em
vez de ter patrocinado mais medidas
para conter a pandemia, principal-
mente quando não havia vacinas,
preferiu passar os seus dias lutando
contra moinhos de vento.
Balanço da Covid –
um Brasil esquizofrênico
Alexandre Versignassi
Diretor De reDação
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