no gedmatch, a
investigadora
encontrou
primos de
quarto grau
do assassino.
mais usado na resolução
de crimes via amostras de
DNA. Os investigadores
do Golden State Killer
compararam os perfis
de STR do Estuprador da
Área Leste e do Persegui-
dor Noturno para confir-
mar que se tratavam da
mesma pessoa – só não
sabiam quem.
A análise de STR
resolve a maioria, mas
não todos os casos. Um
assassino que deixa seu
DNA na cena do crime só
será pego caso ele tenha
sido preso antes: coleta-
-se DNA de alguns cri-
minosos para averiguar
eventuais reincidências.
Nos EUA, esse traba-
lho começou em 1990,
com a montagem de uma
base de dados genéticos
hoje chamada Sistema
Combinado de Índices de
DNA (CODIS, na abrevia-
ção em inglês). Hoje, ela
possui dados genéticos
de 19 milhões de pesso-
as. (Também temos um
banco de dados brasileiro
de STRs, mas com apenas
127 mil perfis.)
Mas se aquele tiver si-
do o seu primeiro crime,
o assassino está livre. Ou
melhor: estava – porque
as coisas mudaram de al-
guns anos para cá. O DNA
de Joseph DeAngelo não
estava no CODIS. Ele foi
preso graças a um outro
tipo de variante genética:
os polimorfismos de nu-
cleotídeos únicos (SNPs).
Enquanto os STRs são
trechos inteiros repetidos
de DNA, os SNPs são le-
tras únicas que variam de
uma pessoa para outra.
Você pode ter um “A”
na quinta linha da 20ª
página do seu manual
de instruções, enquanto
idênticos. Você compar-
tilha 99,9% do DNA com
qualquer outra pessoa.
O 0,1% que sobra ainda
é bastante: uma bíblia
inteira de diferença.
Os STRs (abreviação de
Short Tandem Repeats)
são trechos específicos
em que um conjunto de
letras se repete. Mesmo
antes de os cientistas
mapearem o DNA com-
pleto de um ser humano
(o que só aconteceu em
2003 com o Projeto Ge-
noma Humano), eles já
sabiam onde encontrar
alguns desses pedaços.
O interessante é que os
trechos variam bastante
de uma pessoa para ou-
tra: baseando-se em um
conjunto de ao menos
20 STRs, as chances de
dois indivíduos não rela-
cionados terem o mesmo
perfil é de uma em um
quatrilhão – ou menos.
Dá para comparar
duas amostras de DNA
olhando para esses 20
STRs, sem precisar se-
quenciar os bilhões de
bases nitrogenadas. É
assim que funcionam os
testes de paternidade. E
esse também é o teste
→
Fontes: (^) (1) Caso Colin Pitchfork, no Reino Unido; (2) Artigo “Identity inference of genomic data
using long-range familial searches”, Y. Erlich et al.; (3) Leah Larkin, do thednageek.com
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