como que absorto, jogando-se também para a frente, agora parece que todos
desabam pelos degraus, certamente César caiu, a multidão me empurra, eis que
também levanto o punhal, golpeio, e embaixo vejo Roma abrir-se com os seus
muros vermelhos no sol de março, as árvores, os carros que passam velozes sem
saber de nada, e uma voz de mulher que canta numa janela, um cartaz que
anuncia o espetáculo do circo, e, retirando o punhal, sou tomado como por uma
vertigem, uma sensação de vazio, de estar só, não aqui em Roma, hoje, mas de
permanecer só depois, nos séculos vindouros, o medo de que não entendam o
que agora fizemos, que não saibamos repeti-lo, que fiquem indiferentes e
distantes como este belo e calmo dia de março.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1