- Você está solteira, casada...?
- Ai, meu Deus! Eu tô livre,
vivendo o amor na hora que te-
nho de viver, do jeito que tem
que ser vivido! Olha só, eu tô
feliz! A verdade é esta. Outro dia,
conversando com uma amiga so-
bre relacionamentos, ela disse:
“Amiga, você é tão grande, cora-
josa, intensa! Você é uma super-
-heroína. Será
que as pessoas
têm coragem de
te amar do jeito
que você é?” Me
mandou uma fo-
to com uma fra-
se incrível: Vo cê
tem coragem de
amar uma mulher que voa? Eu
voo, e voo mesmo! - O que você tem da Dandara?
- Eu tenho a força e o ativismo
dela. Não deixo passar nada.
Tenho pé no chão, a humildade de
onde eu vim, de quem me criou, da
força da minha vovó Ana Maria,
uma mulher forte que educou qua-
tro filhas sozinha, que não teve
uma figura masculina perto. - Você já sofreu com algum
tipo de pre conceito? - Sim, já aconteceu. Mas, como
faz parte do passado, prefiro nem
contar porque é muito infeliz. Mas
todos esses momentos que passei
me fizeram muito mais forte, muito
mais atenta, me fizeram quem eu
sou hoje. O jeito que eu olho para
a vida vem muito disso. Acho
muito infeliz
quem é racista,
muito mesmo. - O que é o
Projeto 111? - Um livro
que me marcou
foi Um De feito de
Cor, da Ana Ma-
ria Gonçalves. O 111 veio nesse
momento. É um projeto diferente,
democrático, preto, com a nossa
cara, de transformação, de resis-
tência cultural e artística, que dá
espaço para quem está começando
e que não tem oportunidade.
Somos eu, a Luiza Loroza e a
Lorena Lima. Um dia inteiro de
arte, de cultura, num intercâmbio
Zona Sul com periferia. O
“Dandara, de
fato, era a mulher
de Zumbi. Uma
grande guerreira.”
Ela salta sobre a grama
do Vila Galé e aproveita,
abaixo, o espaço do spa
Satsanga. À direita,
Jeniffer reluz sob o sol
na praia de Calhetas.
FOTOS: MARCOS SALLES; AGRADECIMENTOS: LUCK RECEPTIVO, ACQUA BIKE BICICLETÁRIO E EQUIPAMENTO NÁUTICO