Caras - Edição 1342 (2019-07-26)

(Antfer) #1

Um novo momento


da maison francesa.


A


nova diretora criativa da Chanel,
a francesa Virginie Viard (57),
tem em suas mãos a responsabilidade
de respeitar o legado da tradicional maison,
que agora conta com dois grandes nomes por
trás de sua herança: sua histórica fundadora,
Gabrielle Chanel (1883-1971), e Karl
Lagerfeld (1933-2019). Mas assim como
seu mentor fez em mais de 30 anos à
frente da marca, não basta que o passado
seja revisitado sem alinhamento com os
movimentos do futuro e isso Karl empregava
com grande maestria. Em sua primeira
coleção como nome principal da Chanel,
Viard provou que os anos atuando ao lado
do Kaiser serviram como um verdadeiro
aprendizado para celebrar a memória da
Chanel sem repetições ou saudosismos.
O enorme cenário que replicava uma antiga
e luxuosa estação de trem já indicava as
referências da designer para a coleção, que
exaltou o requinte das viagens feitas neste
meio de transporte no início do séc. XX.
Vestidos à la Belle É poque apareceram
ultrafemininos em florais e xadrezes com
camadas de babados, mas com modelagens
mais fluidas e que passavam longe da rigidez
que Chanel tanto repudiava nos trajes da
época. Parkas e trench-coats utilitários que
lembravam a elegância discreta das francesas
no período de escassez da Segunda Guerra
foram adornados com bolsos amplos e
amarras. Conjuntos compostos de jaquetas e
pantalonas remetiam às produções dos anos
1930 misturadas com toques contemporâneos,
como os comprimentos mais curtos das
calças e o pesponto aparente. Símbolos
famosos da Chanel, como os Cs interligados
e a textura matelassê, foram aplicados
em calças, macacões, chemises e casacos
e mostravam a infinita versatilidade
dos códigos tradicionais da maison.


CHANEL


PARIS


CRUISE


2020
Por Paula Martins
@paulamartins_ofi cial
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