Ana Maria - Edição 1189 (2019-08-01)

(Antfer) #1
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| Sinta & liga |


WAL REIS
é jornalista, profissional
de comunicação
corporativa e escreve
sobre comportamento^
FOTOS: GETTY IMAGES ARQUIVO PESSOAL e coisas da vida.


Difícil
acreditar
que podemos
impressionar
positivamente
e ter o
reconhecimento
expresso em
palavras. Tem
a ver com
autoestima. E
autoestima,
geralmente, não é
item de fábrica

ginástica mental digna de atleta de
alta performance. Mesmo que você
não aposte uma única ficha em
você mesma.
A dica é simples: se alguém te elogia,
mesmo que todos os “senões” te
venham na ponta da língua, engole e

agradece. Não comente, não teorize,
não justifique. Agradeça. Dê seu
“muito obrigada” quando disserem
que o tempo não passa para você,
que seu sorriso alegra a casa e que
sua pulseira é linda. Porque é só o
que deve dizer. A menos que façam
uma santa inquisição sobre o
acessório, não tem necessidade de
passar a ficha técnica, explicando
que comprou no camelô da esquina
por R$ 10, uma pechincha. Receba
e sorria. Porque mesmo se o
elogio não for sincero, o malefício
vai ficar com quem o proferiu
desonestamente. Você fica com
a parte boa, com a energia do
merecimento. E essa é a melhor
rasteira que podemos dar em quem
tenta um ataque às avessas.

Envie suas perguntas para Thiago Vieira pelo e-mail [email protected] suas perguntas para Wal Reis pelo e-mail [email protected]

Você


merece


um


ELOGIO


‘‘


‘‘


B


asta elogiarem seu cabelo, sua
roupa ou qualquer coisa que
te pertença para a resposta vir
automática: “Imagina, meu cabelo está
horrível. Este vestido? Comprei em uma
liquidação. Bolsa? Engana, né? Mas é da
25 de Março. Pele boa? Troca os óculos”.
Essa autodepreciação é quase
espontânea. E o motivo é simples:
não fomos preparadas para receber
elogios. Algo grita dentro da gente
quando alguém nos consagra, como
se fôssemos pegas em flagrante delito.
O primeiro impulso é se esconder
dos holofotes, antes que descubram
que somos uma fraude e o elogio não
cabe. Um misto de constrangimento e
culpa, e o cérebro dá o comando para
desqualificar a situação.
O outro sentimento é o descrédito:
“Mentira. Minhas unhas estão fracas, a
blusa caiu horrivelmente e sou gorda.
Linda? Deboche, com certeza”.
Difícil acreditar que podemos
impressionar positivamente e ter
o reconhecimento expresso em
palavras. Tem a ver com autoestima.
E autoestima, geralmente, não é item
de fábrica. Precisa ser construída, com
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