Veja São Paulo - Edição 2646 (2019-08-07)

(Antfer) #1
EU RECOMENDO

Criadora do
espetáculo Terça
Insana, Grace
Gianoukas grava a
nova temporada da
série Vai que Cola

Costumo procurar seriados que se passam
em países europeus, com atores e diretores
de lá, porque gosto de ver linhas de inter-
pretação e direção diferentes das que esta-
mos acostumados nas produções america-
nas. Uma série que mostra bem a diferença
de atuação é Lilyhammer. Talvez uma das
primeiras produções originais da Netflix, de
2012, em parceria com o canal NRK1, da
Norue ga, a série, em oito episódios, conta a
história de um mafioso do segundo escalão,
Frank Tagliano, papel de Steven van Zandt
(foto), que, após sofrer uma tentativa de
assassinato, em que matam seu cachorro
de estimação, resolve testemunhar contra
o chefão da máfia nova- iorquina e, claro,
pede proteção ao FBI.
Recomeça, então, sua vida com uma
nova identidade, na cidade norueguesa de
Lillehammer, que conheceu pela TV por
meio dos Jogos Olímpicos de Inverno de


  1. Quando o malandro chega à pacata e
    equilibrada cidadezinha gelada, começa a
    sofrer um choque cultural e passa a resolver


as coisas com o seu jeitinho mafioso. Está
criada a confusão!
Além de engraçada, a trama coloca
frente a frente diferentes estilos de inter-
pretação, como a atuação caricata e quase
previsível de Stevan van Zandt diante da
atuação delicadamente divertida e veros-
símil de Trond Fausa, na pele do Torgeir,
comparsa do protagonista. Mas gostaria
de destacar o trabalho do extraordinário
Fridtjov Såheim, que vive o interesseiro,
tarado e puxa-saco Jan Johansen — ele
construiu uma personagem com várias
máscaras, que vão desmoronando à medi-
da que a história avança.
Outro seriado que eu adoro é Trapped,
suspense islandês que foge do estilo ameri-
cano e se passa num cenário de neve e frio
constantes. O roteiro, a direção e as atua-
ções são bastante originais e surpreendem.
Imperdível para quem quer sair da mesmice.

> Lilyhammer e Trapped
estão disponíveis na Netflix

SÉRIES NÓRDICAS


PARA SAIR DA MESMICE


Criador, roteirista, diretor e
protagonista de Master of None,
deliciosa série cômica da Netflix,
Aziz Ansari é um filhote de Woody
Allen, sempre tecendo irresistíveis
retratos dos moradores de Nova
York nos episódios de seu seriado.
No início de 2018, o ator, de origem
indiana, foi acusado por uma mu-
lher de praticar sexo não consen-
sual. Seu nome desceu, então,
para a vala dos assediadores. A
Netflix, porém, deu uma chance a
Ansari de se redimir. No surpreen-
dente stand-up Aziz Ansari —
Right Now, ele faz um mea-culpa
diante da plateia de um teatro lota-
do no Brooklyn. Entre o humor afia-
do e o drama pessoal, reflete, du-
rante uma hora, sobre os casos de
abuso de Michael Jackson e R. Kelly,
fala da visita à avó com Alzheimer
na Índia e, ironicamente mas sem
ser inconveniente, brinca com al-
guns espectadores.


Aziz Ansari


está de volta


PRISCILA PRADE

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