Veja São Paulo - Edição 2646 (2019-08-07)

(Antfer) #1

Economia em família
Especialista em inteligência financeira, com mais de quinze livros publi-
cados e 2,5 milhões de cópias vendidas, Gustavo Cerbasi, 45, trocou
recentemente o uso do carro pelo de aplicativos de transporte. O auto-
móvel da família, que mora na Aclimação, fica só nas mãos de sua espo-
sa, para a locomoção dos três filhos do casal. “São Paulo é uma cidade
cara, que oferece uma série de excelentes atividades. Por isso, as pes-
soas daqui deveriam gastar menos dinheiro com moradia e compra
de bens para viver bem”, diz. Engenheiro e economista, Cerbasi ensina
seus filhos desde cedo a lidar com núme-
ros. Para os gastos supérfluos, dá a
eles uma “semanada” de 10 reais.
E as crianças trocam presentes
de Natal por dinheiro. “Gui-
lherme, meu primogênito,
de 12 anos, poupou durante
24  meses e comprou seu pri-
meiro smartphone”, orgulha-
se. Dica de ouro > Como
não se aprende economia na
escola, os pais devem ensinar
desde a infância os pequenos a
poupar e a lidar com o dinheiro.


De endividada a expert
Com mestrado em economia e política na Uni-
versidade Federal de Uberlândia, Ana Laura
Magalhães, 28, mudou-se para a capital
em 2016 para trabalhar em uma corretora
de valores. De tanto repetir as mesmas
dicas para seus clientes, pediu demis-
são e lançou há um ano no YouTube o
canal Explica Ana, com mais de 10 000
inscritos. “No meu início em São Paulo,
fiquei no vermelho porque gasta-
va mais do que ganhava. Logo
aprendi que é possível se con-
trolar e fazer o dinheiro tra-
balhar para você”, conta.
Dica de ouro > Fazer
sempre três perguntas a
si mesmo: quanto tenho
para investir? Por quan-
to tempo? Minha per-
sonalidade é conser-
vadora, arrojada ou
moderada?


Contra o pão-durismo
“Nem sempre dá para tratar a vida como um
negócio”, pondera Samy Dana, 40. Comen-
tarista na Globo, professor na Fundação
Getulio Vargas, com doutorado pelo espa-
nhol Instituto de Empresa (IE), ele não curte
os “magos da economia” e revela indiferença
pelas “lições de pão-durice” pregadas por
outros. Dana diz que não se priva de praze-
res da vida, como pagar 200 reais por uma
experiência em um restaurante, ou desem-
bolsar 40 reais para a pipoca do filho em
um cinema. Já gastou 100 dólares para subir
em um prédio no Japão e ver a vista. “A gen-
te precisa saber a proporção entre quanto
ganhar, gastar e investir”, afirma. Dica de
ouro > Evitar radicalismos, ou seja, não sair
gastando por aí, mas também não exagerar
nas privações. Equilíbrio é o segredo.
FELIPE GOMBOSSY

GUI GOMES

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