National Geographic - Portugal - Edição 221 (2019-08)

(Antfer) #1

42 NATIONALGEOGRAPHIC


Junto do meu cotovelo, a água gotejava em
bacias límpidas, enquanto acima da minha ca-
beça milhares de salanganas (minúsculas aves
negras que passam grande parte da vida em câ-
maras escuras como breu) chilreavam, emitiam
cliques e procuravam os seus ninhos construí-
dos com saliva, musgo e lama.
Mesmo que Frank e Cookie estivessem pres-
tes a fazer história sob os meus pés, eu não iria
ouvir nada e isso pouco me preocupava. Mais do
que qualquer outro desporto, a espeleologia va-
loriza sobretudo os segredos e aquilo que somos
capazes de aguentar para desvendá-los. Por ve-
zes, tudo o que conseguimos fazer é esperar para
ver o que a escuridão revela. Por isso, encostei-
-me descontraidamente, desliguei a lanterna e


A Sala Sarawak,
fugazmente iluminada
por dezenas de flashes,
é a maior câmara
descoberta até à data
numa gruta terrestre.
Tem mais do dobro do
tamanho do estádio
britânico de Wembley
acolhe milhares de
pequenas aves
chamadas salanganas ou
andorinhões-das-grutas.
PANORÂMICA COMPOSTA
POR CINCO IMAGENS


0 mi 150
0 km 150
CLARE TRAINOR

BORNÉU

Bornéu
PACÍFICOOCEANO
OCEANO
ÍNDICO
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