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Jornal O Globo/Nacional - Opinião
Wednesday, March 2, 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
sobre o que se pode fazer. Exceto, é claro, os que tudo
podem. Essa ainda é nossa questão, pois todo limite
significa um centro, um outro ponto de vista, uma
quaresma entre a natividade, a morte e o renascimento,
entre corrupção e punição.
Numa guerra há essa mesma regra. Nela, o agressor
pode tudo, e seu etnocentrismo, transformado em
radical nacionalismo, legitima a brutalidade. Neste
sentido, o carnaval é uma guerra ao contrário. E, na
quaresma que começa nesta 'Quarta de Cinzas',
testemunhamos ao vivo e em cores o brutal assalto
russo à Ucrânia. A quaresma, sabem os católicos, é um
momento de contenção porque passa pelo Cristo
Crucificado e por sua ressurreição. Mas, nesses 40
dias, sofreremos uma dupla frustração. Além de um
segundo carnaval perdido pela pandemia, que nos
trouxe tantas cinzas, teremos de confiar no mel de
nossas esperanças, cujo final, diferentemente do
carnaval, é tão imprevisível quanto as cinzas da morte.
"Além do segundo carnaval perdido pela pandemia, que
nos trouxe tantas cinzas, teremos de confiar no mel de
nossas esperanças"
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