Clipping Jornais - Banco Central (2022-03-02)

(Antfer) #1

ALEXANDRE GARCIA - Federações Pandora


Banco Central do Brasil

Jornal Correio Braziliense/Nacional - Brasil
Wednesday, March 2, 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Click here to open the image

Autor: ALEXANDRE GARCIA


A Rede está na coordenação da candidatura Lula, mas
a criadora da Rede pode ser vice na chapa do
adversário Ciro Gomes. O PSol fica na federação de
esquerda e apoia Alckmin candidato a vice. PSB e PT
se amarram por quatro anos numa federação, mas são
adversários em São Paulo, Espírito Santo e outros
estados. Essas são algumas das excentricidades a que
os partidos vão ter que harmonizar, com a criação das
federações partidárias, que tiveram a intenção de salvar
pequenos partidos da condenação à extinção.


Os legisladores, mais uma vez alterando de forma
casuística e em causa própria a lei eleitoral, ao
substituírem as coligações por federações, criaram uma
esfinge e terão que decifrá-la, ou serem devoradas por
ela. A união numa federação os obriga a ficarem juntos
pelos quatro anos dos mandatos. As federações, a
serem homologadas na Justiça Eleitoral até 31 de maio,
obrigam os partidos a estarem juntos nas eleições para
prefeito dentro de dois anos. Já imaginaram fechar
agora um acordo que vai ter que ser obedecido na
eleição para prefeito de São Paulo, de Imperatriz ou de


Urucânia?

Por enquanto, está tudo em paz na relação PSDB e
Cidadania (o mais novo nome do PCB); suas lideranças
sempre se deram bem. Mas ainda aqui deve-se
imaginar se nos 5. 570 municípios não haverá um
comunista raiz que queira combater um prefeito tucano
candidato à reeleição em 2024. Isso se o pré-candidato
à presidência, senador Alessandro Vieira, topar ser vice
de Doria, que, certamente, não abrirá mão de ficar no
pódio da chapa.

O União Brasil conseguiu juntar o antigo PFL, depois
DEM, com o PSL, pelo qual foi eleito Bolsonaro. É
presidido por Luciano Bivar, que fica hierarquicamente
acima de ACM Neto. Imagino o que resultará da soma
dessas duas personalidades. E essa mistura, dizem,
poderia fechar federação com o MDB - que já é uma
federação de lideranças locais. Quem estudou química
vai entender que pode ser uma mistura, mas não uma
solução. O Podemos, que já lançou Moro, está
procurando quem acredite nessa candidatura.

Ciro, com o PDT, disse que federar-se é retrocesso. O
PSD de Kassab ainda está sem parceiro e sem
candidato consistente, e no Rio, o prefeito Paes lançou
para o governo do estado Felipe Santa Cruz - que
tornou a OAB uma facção política. Lá o PSD se juntaria
com o PSB, com Molon ao Senado. O PL, para onde
voltou Bolsonaro, conversou com PTB, Pros,
Republicanos, Patriota, PP mas ficou tudo aberto para
que interesses estaduais e municipais não causem
defecções no objetivo maior da reeleição.

Uma federação de esquerda pode se tornar um grande
bloco ou se fragmentar. PT, PSOL, PV, Rede, PCdoB,
PSB podem se juntar em torno de Lula, mas em
Pernambuco, o PT teria que ceder ao PSB o governo do
estado; no Espírito Santo, o senador Contarato, do PT,
teria que desistir de ser adversário do governador
Casagrande, do PSB; Marina, da Rede, tem que deixar
de ser vice de Ciro, do PDT. E em São Paulo, o
candidato da federação de esquerda será Márcio
Free download pdf