Com rublo em queda livre, Rússia tenta punir empresas ocidentais
Banco Central do Brasil
Jornal O Estado de S. Paulo/Nacional - Internacional
Wednesday, March 2, 2022
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A economia russa sente impacto cada vez maiores da
últimas rodadas de sanções dos países ocidentais, com
desvalorização do rublo e temor de alta dos preços.
Para conter a sangria, o governo decidiu impor
restrições temporárias à saída de bens russos do país.
'Um projeto de decreto presidencial foi preparado para
introduzir restrições temporárias à saída [de investidores
estrangeiros] dos ativos russos para permitir que as
empresas tomem decisões lúcidas e não sob pressão
política', disse o primeiro-ministro, Mikhail Mishustin.
A medida anunciada pelo premiê se segue aos anúncios
feitos por grandes empresas estrangeiros, incluindo a
BP e a Shell, de que estavam se retirando da Rússia. O
governo parece esperar que, com isso, essas empresas
acabem mudando de opinião.
O movimento também parece ter como objetivo impedir
a fuga de capitais em um momento em que as sanções
têm prejudicado o acesso do Banco Central às suas
reservas cambiais.
O Banco Central também ordenou o congelamento de
todos os pagamentos de dividendos por empresas
russas no exterior.
A Mastercard e a Visa anunciaram na segunda-feira,
que deixariam de servir as transações dos bancos
russos bloqueados, e a Disney anunciou que
interromperia a distribuição de seus últimos filmes na
Rússia.
Em questão de semanas, a Rússia passou de uma
lucrativa aposta na alta dos preços do petróleo para um
mercado que afugenta investidores.
O sistema de pagamentos Swift disse que está apenas
esperando a lista de bancos que devem ser
desconectados de seu sistema de mensagens
financeiras à medida que as sanções forem
implementadas.
Com o mercado de ações de Moscou fechado pelo
segundo dia nesta terça-feira, o bilionário russo Mikhail
Fridman, que foi sancionado pela União Europeia,
alertou que a saída de ativos russos poderia ser difícil
mesmo sem a proibição temporária.
'Não acho que seríamos capazes de vender ativos na
Rússia agora porque não há compradores no momento',
disse Fridman a repórteres em Londres.
DESVALORIZAÇÃO. O rublo voltou a cair ontem,
apesar de a moeda russa encontrar algum apoio depois
que as autoridades russas ordenaram que as empresas
exportadoras, entre as quais alguns dos maiores
produtores de energia do mundo, da Gazprom à
Rosneft, vendessem 80% de suas receitas cambiais no
mercado.
Após uma recuperação de curta duração no início das
negociações, a moeda caiu 5, 4% em relação ao dólar,
depois de perder 30% de seu valor no dia anterior
A desvalorização levou o Banco Central a mais do que
dobrar as taxas de juros, de 9% para 20% e adotar uma