Câncer colorretal: a bola da vez em março
Banco Central do Brasil
Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Saúde
Wednesday, March 2, 2022
Cenário Político-Econômico - Colunistas
Click here to open the image
Autor: Raul Cutait
Há vários anos, a comunidade médica internacional
emite alertas para a população sobre como prevenir ou
fazer diagnóstico precoce dos tumores mais frequentes.
Isso se justifica pois seu reflexo é um número de casos
abaixo do estatisticamente esperado, um maior número
de casos diagnosticados precocemente-ce, portanto,
com muito maior probabilidade de cura, menos
sofrimento individual e familiar e, também de
importância, com menos custos para os sistemas de
saúde.
Em março, o tumor combatido é o do câncer colorretal,
cuja incidência continua crescendo em todo o mundo,
sendo diagnosticados anualmente cerca de 2 milhões
de casos novos. Infelizmente, quando o diagnóstico é
feito a partir de sintomas clínicos, mais de 30% dos
pacientes já apresentam doença disseminada, o Que
diminui sensivelmente a chance de cura, algo que
contrasta com índices de cura de 90% para casos
diagnosticados precocemente.
Ao longo das últimas três décadas, várias sociedades
mé dicas têm se preocupado em propor programas de
prevenção e diagnóstico precoce do câncer colorretal,
sendo que vários estudos já mostram diminuição do
número de casos nas pulações que participam desses
programas. Estes são desenhados em função do risco
individual de se desenvolver câncer colorretal ao longo
da vida, definindo-se três grupos de risco distintos:
baixo, médio e alto.
No grupo de baixo risco estão as pessoas com menos
de 45 anos de idade e que não apresentam fatores
predisponentes, tais como mutações genéticas
transmissíveis e pais para filhos ou doenças intestinais
inflamatórias.
No grupo de risco médio encontram-se aqueles com
mais de 45 anos, que é a idade a partir da qual aparece
a grande maioria dos tumores colorretais.
Já no grupo de risco alto encaixam-se pessoas com
determinadas mutações genéticas, em especial
membros de famílias com duas doenças hereditárias,
que felizmente correspondem a cerca de 5% de todos
os casos de câncer colorretal, que são a síndrome de
Lynche a polipose adenomatosa familiar. Neste grupo
encontram-se, com risco menor que essas síndromes,
os parentes de primeiro grau de portadores de câncer
colorretal e pacientes com doenças específicas (como
as inflamatórias intestinais).
É em função do risco que são estruturados os
programas de prevenção e diagnóstico precoce. Assim,
o grupo de baixo risco não necessita de exames ou
avaliações.
Para o grupo de risco médio preconiza-se a
colonoscopia a cada 5 a 10 anos, provavelmente até os
80 anos de idade. Caso sejam encontrados pólipos
adenomatosos, os intervalos entre as colonoscopias
tendem a diminuir.
Alguns programas sugerem a pesquisa periódica de
sangue oculto nas fezes nos intervalos das