Guedes afirma que dará isenção de Imposto de Renda para investidores
estrangeiros
Banco Central do Brasil
Jornal Folha de S. Paulo/Nacional - Mercado
Wednesday, March 2, 2022
Banco Central - Perfil 1 - Paulo Guedes
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Autor: Rafael Balago
WASHINGTON - O governo brasileiro deve anunciar
nos próximos dias a isenção de Imposto de Renda para
investimentos estrangeiros em títulos de dívidas de
empresas brasileiras. Na prática, isso tornará mais
barato que elas obtenham recursos de empréstimos do
exterior.
A expectativa é que a medida ajude na capitalização de
empresas que investiram na privatização no Brasil,
como na concessão de estradas. 'As empresas privadas
precisam de financiamento barato. No passado, quando
o governo era o condutor [de investimentos], demos
isenção fiscal para investidores estrangeiros comprarem
títulos [ligados ao governo]. Agora que o condutor é o
investimento privado, precisamos dar a mesma isenção.
Então estaremos removendo impostos em
investimentos estrangeiros em títulos privados.
Deveremos anunciar isso na semana que vem', disse o
ministro Paulo Guedes à Folha, em Nova York.
A medida deve reduzira arrecadação em R$ 450
milhões por ano e pode ser tomada pelo Executivo, sem
passar pelo Congresso. Atualmente, há incidência de
15% sobre os ganhos de capital nestas aplicações,
quando elas são realizadas por não brasileiros.
Guedes viajou aos EUA para encontros com
investidores, em Nova York e em Miami. Nesta terça (1),
o ministro participou de um evento na Brazilian
American Chamber of Commerce em Nova York. Ele
falou a uma plateia de cerca de 40 pessoas, formada
por empresários e representantes do mercado
financeiro, por cerca de duas horas.
Ele disse que as pessoas no exterior podem estar mal-
informadas sobre a situação atual do Brasil e citou
dados que considera positivos, como a queda do
desemprego para 11, 6%. Voltou a dizer que a inflação
no país deve ser controlada este ano.
Guedes fez uma defesa do governo Jair Bolsonaro.
Disse que a gestão está fazendo uma transição de um
modelo de economia capitaneado pelo Estado, adotada,
na visão dele, por todos os governos desde a ditadura
militar, para um cenário onde os investimentos privados
predominam.
Ele avalia que a crise brasileira atual, com alto
desemprego e perda de renda e de compra, é fruto de
governos passados, que gastaram muito dinheiro
público e sufocaram o empreendedorismo por excesso
de regras e impostos.
'Não é Bolsonaro que destruiu o Brasil. O país vem
sendo destruído há 40 anos', afirmou. 'Ele tem más
maneiras, mas é um cara legal', disse, em inglês.
Também disse que Bolsonaro e partidos de direita
chegam em situação competitiva às eleições deste ano.
Não é Bolsonaro que destruiu o Brasil. O país vem
sendo destruído há 40 anos. Ele tem más maneiras,