Como está a parceria com Rafael
Infante, que fará o galã Pablo
Sanches na novela da trama?
Uma parte da história é mais realista,
faço um triângulo com o Romulo e
a Grazi. Com o Romulo, fizemos algo
bem sexy, um tórrido romance que,
ao mesmo tempo, é divertido. Ele não
sabe nem o meu nome, me confunde
com a Heloísa Périssé [risos].
Mas e o Rafael?
Ela tem um romance fake com o Pablo
[Rafael Infante]. Ele é ator famoso
como a Silvana... Jogaram nós dois
para gravar juntos no sambódromo
e nem estávamos prontos. Mas foi
uma experiência incrível, porque é um
prazer contracenar com comediante,
pois você sabe que vai ter jogo de cara.
Tudo o que eu propus, ele aprovou.
Nós improvisamos. É uma personagem
para se divertir e, além de tudo, fico
linda. No meu último papel não fazia
nem sobrancelha.
Já teve problemas de autoestima
em alguma fase de sua vida?
Claro! Vim de Goiânia para o Rio de
Janeiro falando ‘porrrra’ e ‘porrrteira’.
Então, rolava bullying na escola. Me
chamavam de roceira e eu me sentia a
menina do interior. Além disso, nunca
tive padrão. Sou muito mais bonita
hoje e, atualmente, a TV se abriu para
todos os padrões e as comediantes.
Quando uma comediante, na época
em que comecei a carreira, faria o
papel de musa gostosa? Nunca! A
televisão se abriu para os tipos físicos,
nacionalidades, cores, raças... As
comediantes, hoje, têm grandes papéis
nas novelas, são protagonistas, fazem
mulheres bonitas. Todo mundo tem
seu charme. Mais importante do que
o corpo e a dieta é a atitude. Se você
se acha linda, todo mundo te acha.
Muita mulher bonita tem a autoestima
baixa. Quando eu vim para o Rio de
Janeiro, não me encaixava e falava que
não faria TV nunca, achava que não
tinha lugar para mim. Foi no tempo
em que as modelos estavam entrando
nas novelas. As comediantes faziam
empregadas, secretárias.
A Silvana está ajudando na sua
autoestima?
Total! Ela nunca está básica e cansada.
Está sempre linda! Então estou em dia
com tudo: pele, cabelo, corpo, astral.
A minha personagem é muito para
fora. Ela usa salto na praia. Tive que
fazer aula de samba...
Sua filha poderá ver a novela?
Deixarei porque trama das 7, por
mais que tenha algo sensual, não
passa do ponto. Os meus filmes,
por exemplo, já não deixo ela
ver porque, acho, pode passar
do ponto. É uma delícia fazer um
papel que exerce a sensualidade, é
muito legal poder ser muitas. Nós,
atrizes, temos vantagens porque
os personagens nos incentivam. Eu
estava superpreguiçosa, agora estou
superanimada, querendo malhar todo
dia, me cuidar, fazer dieta, ioga e
coisas boas para o bem-estar.
As gravações como rainha da
bateria foram feitas no Carnaval...
Foi incrível! Nunca tinha desfilado.
Sempre aproveito o Carnaval para
viajar com a minha filha. A gravação
foi muito rápida porque aconteceu
no meio dos desfiles mesmo. Tanto
desfilei na escola real, que é a
Imperatriz Leopoldinense, quanto fiz
uma cena de rainha de bateria antes
de começar o desfile. Como tivemos
apenas meia hora, foi tudo meio de
improviso. E contei com a participação
do público. Quando entrei, o público
não entendeu que era uma novela e
achava que eu era rainha mesmo. E
fui exibida num nível que nem sou.
Mandei beijos, coração [risos].
A Silvana terá uma biografia não
autorizada. Pensa em escrever um
livro com a história da Ingrid?
Tenho planos de escrever um livro, mas
não sobre a minha vida, porque não
sou tão importante assim. Mas tive
uma trajetória de vida e carreira fora
do comum por ser comediante e ter
preconceito na mulher comediante.
Vim de outra cidade, não tinha o tipo
físico que a TV permitia, tive que criar
minha própria história, às vezes, por
falta de trabalho. E quando fiz a minha
própria história, arrebentei com o
Cócegas [peça de teatro].
E como seria esse livro?
Queria incentivar jovens atores. Muita
gente quer ser ator por achar que
se trata de uma vida glamourosa,
mas ninguém vive assim. Quando
comecei a carreira, não tinha primo,
irmão, não era amiga de ninguém, não
frequentava festinhas... Vim de Goiânia
tentando uma carreira. Se tivesse um
livro de uma atriz que admirasse e
falasse que tudo daria certo... É um
livro para acreditar no sonho e não se
deixar aprisionar pelo padrão.
Sempre sonhou fazer humor?
O humor você não sonha, não escolhe.
O humor te escolhe. Você já nasce
fazendo humor, é um dom que você
tem desde pequena. Não é
uma decisão, é um estilo de vida.
Ingrid com a única
filha, a pequena Clara,
de 9 anos de idade
Com o par da novela,
Romulo Estrela, que
será Marcos na trama
anamaria.uol.com.br
Capa
FOTOS: GLOBO/ ESTEVAM
AVELLAR/REPRODUÇÃ
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