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Entenda bem o que é
o seguro prestamista
| Você no azul |
O banco não pode
condicionar o
financiamento à
contratação de
seguros. Isso se
chama venda casada,
ou seja, a venda
de um produto é
vinculada a outro, o
que é proibido pelo
Código de Defesa do
Consumidor. Se isso
acontecer, procure o
Banco Central
e faça uma
reclamação formal.
Muitos consumidores
optam por fazer esse
seguro porque não
têm a disciplina de
guardar dinheiro,
visando a uma
reserva financeira
para imprevistos. A
saída é programar
aportes mensais
automáticos para
alguma aplicação,
como o Tesouro
Direto Selic – um
título de baixo
risco, com alta
liquidez. Isso é o
que chamamos de
nudge na economia
comportamental,
ou seja, um
empurrãozinho para
te ajudar a fazer
a escolha certa e
tomar as
melhores decisões.
MARCELA KAWAUTI
aprendeu economia na
graduação da Universidade
de São Paulo e no mestrado
da Fundação Getúlio
Vargas, além de ter mais de
dez anos de experiência.
É economista-chefe do
SPC Brasil e colaboradora
do portal de Educação
Financeira Meu Bolso Feliz.
“O seguro não vai quitar
sua dívida. Ele cobre um
número fixo de parcelas,
delimitadas por um valor
máximo de cobertura.
Pode ser mais vantajoso
alocar a quantia em alguma
aplicação de alta liquidez,
que permita o resgate a
qualquer momento”
Fiz um empréstimo no banco e me
foi sugerido contratar junto o
seguro crediário. Para isso, eu pagaria uma
diferença no valor das parcelas, mas, se eu
perder o emprego, algumas parcelas serão
pagas pelo seguro. Isso é vantajoso?”
C. P., por e-mail
Realizar um empréstimo causa apreensão, já
que se assume um compromisso financeiro
de longo prazo e que pode desorganizar o
orçamento se não for cumprido. O chamado
seguro prestamista promete proteger o
trabalhador, garantindo o pagamento de
empréstimos em situações de desemprego
ou invalidez. Esse tipo de seguro pode ser
interessante dependendo das condições
determinadas em contrato. O valor cobrado
vai variar de acordo com a quantia total
do dinheiro emprestado e o número de
parcelas feitas. Além disso, normalmente
há exigências para que o consumidor possa
utilizar o prêmio – e é aí que você precisa
ter atenção. Muitos seguros só realizam a
cobertura se o cliente tiver permanecido
12 meses no último emprego e a demissão
tenha acontecido de forma involuntária, sem
justa causa. Dessa forma, caso você acabe
sendo demitida de uma função cujo período
de trabalho seja inferior a um ano, pode não
ter direito a nada, mesmo tendo pago pelo
serviço. Além disso, é importante ter em
mente que o seguro não necessariamente
vai terminar de quitar sua dívida. Ele cobre
um número fixo de parcelas, delimitadas
por um valor máximo de cobertura. Então,
pode ser mais vantajoso alocar a quantia
mensal que pagaria pelo seguro em alguma
aplicação de alta liquidez, ou seja, que
permita o resgate a qualquer momento.
Com isso, se perder o emprego, terá como
continuar pagando as parcelas por algum
período. Por outro lado, se continuar
empregada até o final do financiamento,
terá uma reserva financeira que pode ser
direcionada para sua aposentadoria ou até a
realização de algum sonho de consumo.
A falta de
disciplina
Fique atenta à
venda casada
Envie suas perguntas para Marcela Kawauti pelo
e-mail [email protected]