24 claudia.com.br agosto 2019
Tratamentos
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Getty Images
A terapia endovenosa à base de vitaminas e minerais que conquista
famosos lá fora começa a ganhar adeptos no Brasil. Saiba como funciona,
quem pode fazer e quais são os resultados e riscos
NA VEIA
TEXTO MARIA CECÍLIA PRADO
ihanna, Adele, Gwyneth
Paltrow, Madonna e...
talvez você. A febre
dos vitamin drips
- ou soroterapia, ou
terapia injetável –, que surgiu no
exterior há alguns anos e conquistou
muitas celebridades, está aos
poucos se instalando por aqui.
Primeiro, alguns médicos passaram
a oferecer o tratamento, que propõe a
suplementação de vitaminas, minerais
e aminoácidos por via endovenosa.
Agora, clínicas especializadas na
técnica começam a desembarcar no
Brasil. Mas, afinal, como funciona?
E será que é para todo mundo?
FOCO NO RESULTADO
Lá fora, a soroterapia é de fácil acesso.
O gotejamento de vitaminas (em tra-
dução literal) é oferecido em clínicas
com cara de butique, abertas ao público
geral, que muitas vezes nem têm um
médico presente. Basta preencher um
questionário e escolher, com a ajuda
de uma equipe de enfermagem, o
coquetel desejado (as combinações
já vêm prontas). Depois, acomodada
em uma poltrona, a cliente recebe
na veia a infusão preparada com os
ativos. Clientes tímidos ou vip podem,
inclusive, agendar o procedimento
em casa. Volta e meia aparecem nas
redes sociais fotos de famosas deitadas
em camas glamourosas ou tomando
café e mexendo no celular enquanto
o soro é aplicado.
Aqui, a história é um pouco dife-
rente. A supervisão médica é exigida
por lei. E foram os próprios médicos
que começaram a oferecer a técnica a
seus pacientes. “Descobri a sorotera-
pia tempos atrás, no congresso anual
organizado pela Academia Americana
de Anti-Aging, que ocorre em Las
Vegas, nos Estados Unidos”, conta
Esthela Conde, médica do esporte
especializada em medicina integrativa
pelo Hospital Albert Einstein, em São
Paulo. “Achei a proposta interessante,
tive um período de aprendizado em
uma clínica em Miami e depois passei a
incluir em minhas prescrições.” O que
a atraiu foi a proposta de proporcionar
R
“É raro, mas possível, haver reações alérgicas,
inflamatórias e mesmo imunológicas“
CELSO CUKIER, médico nutrólogo do Hospital São Luiz e
diretor do Instituto de Metabologia e Nutrição
melhor aproveitamento dos nutrientes.
“Diferentemente do que ocorre na in-
gestão por via oral, quando se injetam
vitaminas, minerais e aminoácidos
diretamente na corrente sanguínea,
não há perdas ao longo do processo
digestivo. Isso significa que, mesmo
com doses menores, é possível obter
um desempenho adequado. Diminui
o cansaço, promove bem-estar, eleva
a imunidade e, dependendo das subs-
tâncias utilizadas, pode até mesmo
haver aumento da massa muscular”,
completa Esthela.
Bruno Takatsu, médico oncologista
que atua na área de nutrologia na Clí-
nica Horaios, em São Paulo, também
aderiu ao método convencido dos
benefícios da alta absorção dos ativos.
Ele acredita que seus pacientes vêm
aprovando a técnica porque os efeitos
são percebidos rapidamente. “Crio
protocolos que podem ter objetivos