Cláudia - Edição 695 (2019-08)

(Antfer) #1
diretor Quentin Tarantino tem
uma tradição. Depois de capturar
a cena da maneira como queria, ele
diz: “Nós temos o que precisamos,
mas vamos fazer uma vez mais. Por
quê?”. Elenco e equipe respondem
em uníssono: “Porque amamos fazer filmes!”. Suas pro-
duções, de Pulp Fiction – Tempo de Violência à trilogia
Kill Bill, são sempre uma declaração de amor ao cine-
ma. Não à toa, astros imploram por uma chance para
estar em suas obras. Depois de trabalhar com Brad Pitt
em Bastardos Inglórios (2009) e Leonardo DiCaprio em
Django Livre (2012), ele reúne pela primeira vez os ar-
tistas em Era uma Vez em... Hollywood. CLAUDIA con-
versou com eles durante o Festival de Cannes. “Eu tinha
uma ordem judicial para ficar longe dele por 15 anos,
mas expirou agora”, brincou Brad, 55 anos, sobre o fato
de nunca ter atuado com Leonardo, 44. “O que admiro
nele é que escolhe seus projetos primeiro pelo diretor

O


e depois pelo roteiro. Eu também sou assim. Então foi
muito legal que as coisas se alinharam desta vez.”
Apesar da diferença de idade, os dois ascenderam na
indústria ao mesmo tempo. O primeiro filme de desta-
que de Brad foi Thelma & Louise, lançado por Ridley
Scott em 1991. Leonardo começou a atuar bem criança,
mas estourou em 1993, contracenando com Robert De
Niro em O Despertar de um Homem, de Michael Caton-
-Jones. Enquanto Leo virava ídolo teen e astro mundial
com Titanic, Brad se tornava símbolo sexual com filmes
como Lendas da Paixão. Como a imagem de galã de-
sagradava a ambos, trataram de se descolar dela inves-
tindo em produções cabeça e assumindo a posição de
produtores. E desempenharam esse papel com destreza.
A Plan B, empresa de Brad, fez 12 Anos de Escravidão e
Moonlight – Sob a Luz do Luar, ambos vencedores do
Oscar. A Appia, de Leo, O Aviador. As semelhanças não
param na carreira. Os dois assumiram lutas ativistas, de-
fendendo o meio ambiente e causas humanitárias.

claudia.com.br agosto 2019 85

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