Cláudia - Edição 695 (2019-08)

(Antfer) #1

pela seita liderada por Charles Manson e composta em
maior número de meninas jovens e hippies – a era do
paz e amor terminava em sangue. “Os assassinatos da
Família Manson representaram uma grande perda de
inocência para nosso país”, explica Brad. “Estávamos
vivendo a ideia do amor livre, da paz, uma grande uto-
pia e deparamos com o lado escuro da natureza hu-
mana. As pessoas não se sentiam mais seguras, muros
foram erguidos, câmeras de segurança instaladas. E
isso nos levou a um período ainda mais sombrio, com
a Guerra do Vietnã e o mandato de Richard Nixon”,
continua o ator, traçando paralelos com o mundo de
hoje. “A indústria do cinema está mudando por causa
do streaming, o que abre caminho para novas vozes.
Mas e a experiência comunal do cinema, como fica?”,
questiona. “E nem preciso falar do estado do país ago-
ra, com esse governo e a polarização das ideias. Acho o
filme bem atual apesar de se passar em 1969.”
Quentin Tarantino acredita que esse será seu último
filme sobre uma calamidade. Entre os próximos proje-
tos estaria inclusive um longa da série Star Trek, algo
muito diferente de tudo o que fez até agora. O cineasta
vive dizendo que vai se aposentar depois de seu décimo
trabalho. Era uma Vez em... Hollywood é o nono. Depois
do casamento-surpresa com a israelense Daniella Pick,
em novembro do ano passado, é bem possível que ele
cumpra a promessa e vá curtir uma vida a dois mais pa-
cífica e reclusa. Ainda assim, após ver mais uma obra-
-prima como essa, é difícil acreditar que um dia ele
Fotosabandone seu amor por fazer filmes.


Getty Images e divulgação Leonardo DiCaprio e Brad Pitt caracterizados como


o ator Rick Dalton e seu dublê, Cliff Booth

O trio e Margot Robbie no tapete vermelho do Festival
de Cannes, na França. O filme foi ovacionado

claudia.com.br agosto 2019 87

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