replay de emoções • anos 1970
É
no município de Albuquerque, no interior de São
Paulo, que vários personagens curiosos e incomuns
são apresentados ao público em plena década de 60.
Por lá, os jovens andam eufóricos com os acordes do Rock,
com a moda dos jeans e dos blusões de couro e também
com as motocicletas que não se cansam de ser exibidas.
Já no início da trama, a população da cidade se agita para
dois eventos: a visita da cantora Celly Campello e a eleição
da Miss Brasil, competição em que Maria Tereza (Françoise
Forton), a Tetê, é uma das preferidas. A jovem, idealista e
sonhadora, enxerga no concurso de beleza sua chance de
se mudar definitivamente para a capital. Porém, vive em
conflito com seu namorado João (Ricardo Blat), um rapaz
que sonha em seguir carreira no jornalismo e que morre
de ciúme da amada.
Representante da juventude transviada
Um dos personagens que mais causam no folhetim é Me-
deriquis (Ney Latorraca). Típico jovem revoltado e moderninho,
líder do conjunto de rock Personélitis Bóis, ele cursa o Ensino
Médio há sete anos só para não perder a mesada do pai. Ao
longo da trama, o playboy se envolve com a carioca Betina
(Heloísa Millet), uma jovem nada conservadora. O casal per-
tence a um grupo de jovens formado também por Carneirinho
(Tião d’Ávila), braço direito de Mederiquis, Glorinha (Djenane
Machado), que mantém um diário em segredo, e Caniço (João
Carlos Barroso), rapaz distraído e desafinado que sempre é
proibido de cantar no Personélitis Bóis.
Mendigo destaque
Outro destaque da cidade é o desmemoriado mendigo Bel-
chior (Luiz Armando Queiroz). O homem, que não bate bem da
cabeça, colocar ao ar, todos os dias, uma imaginária estação
de rádio, onde faz propagandas, anúncios e entrevistas com
qualquer transeunte que passe pela rua no momento. Embora
louco, o morador de rua é inteligente e possui grandes conhe-
cimentos em Matemática e Literatura. Como é hostilizado por
alguns moradores, ele sempre pode contar com a proteção do
grupo liderado por Mederiquis.
Personagens marcantes
Outras histórias que agitam o cotidiano de Albuquerque
são as do geólogo Acioly (Nuno Leal Maia), que vai à cidade
para confirmar a existência de petróleo no solo, e a da dupla
de fofoqueiras Adelaide (Célia Biar) e Eulália (Kleber Macedo),
que passam o dia ao telefone falando da vida dos moradores.
Ficha Técnica
Emissora: Rede Globo • capítulos: 160 • autor: Mário Prata
- Exibição: 25 de agosto de 1976 a 28 de fevereiro de 1977, às 19h
Estúpido Cupido
A trama que se passava na década de 60 eternizou grandes personagens na teledramaturgia
CURIOSIDADES
- A novela reconstituiu o concurso Miss Brasil
de 1961 igualzinho ao verdadeiro, contando
com um público de 10 mil pessoas. - Ninguém do elenco sabia qual seria a decisão
dos jurados no Miss Brasil, e, por isso, a atriz
Françoise Forton se emocionou de verdade
quando sua personagem venceu a disputa. - Estúpido Cupido foi a última novela da Rede
Globo gravada em preto e branco e seus últimos
dois capítulos foram produzidos em cores. - A cantora Celly Campello fez uma participação na trama,
se tornando um dos momentos inesquecíveis da TV.
Texto: Daniele Olimpio/Colaboradora
Fotos: Reprodução/Rede Globo
Fotos: Reprodução/Rede Globo