Mais! Mais! TV - Edição 80 (2019-08-05)

(Antfer) #1
ENTREVISTA
Texto: Natália Dário Entrevista: André Romano/Colaborador

A atriz fala sobre os desafios e a


satisfação de interpretar Missade


em Órfãos da Terra


Foto: Paulo Belote/Divulgação/Rede Globo


COMO FOI A PREPARAÇÃO
PARA A NOVELA?
“É um prazer enorme, uma ale-
gria fazer parte desse time de Ór-
fãos da Terra. Foi uma preparação
bastante intensa e dedicada, desde
o entendimento da cultura árabe,
não só sobre a guerra da Síria, mas
também a referência da beleza da
cultura árabe. Porque a Missade tem
muita saudade da cultura dela. Tive
muito contato com refugiados de
São Paulo, e sírios no caso, e tudo
isso foi fundamental.”

ANA CECíLIA

COstA

COMO FOI CONstRUIR EssA
MÃE LEOA?
“Eu acho que isso é o ator mesmo.
Minha personagem em Cordel Encanta-
do (2011), a Virtuosa, tinha esse aspecto
de mãe que é instinto, que você se atira
para salvar um filho. É loucura do ator.”

VOCÊ PENsA EM sER MÃE?
“Acho que não vou passar por essa fase
nessa vida, e tudo bem, sem cobrança.
Nunca foi uma vontade.”

VOCÊ É sEMPRE UMA AtRIZ
ENtREGUE. COMO VOCÊ tRA-
BALHA IssO?
“Eu vejo o ator como um mensageiro,
como um canal de comunicação em que
você se coloca a serviço de uma história
e de uma personagem. O instrumento
do ator é o corpo, a voz e a emoção. Eu
me deixo emocionar por aquele texto,
me deixo emocionar pelo olhar do ou-
tro. Isso, na televisão, às vezes é muito
difícil, exige um treino de concentração,
e no teatro é mais fácil porque tem um
espaço mais de silêncio. (...) No caso da
Missade, vejo uma personagem que
estou contando a história dela, mas
estou evocando muitas mulheres que
morreram nessa guerra, que perderam
seus filhos, sofreram...”

A MIssADE É UM PREsENtE
PARA VOCÊ?
“Eu sou apaixonada pelo meu
trabalho e sou muito dedicada a
ele. A Missade para mim é uma
prova de confiança muito grandes
das autoras no meu trabalho. Tenho
muita gratidão e agradecimento por
isso. Uma responsabilidade minha
não só como atriz, mas como cidadã
de dar voz a essa cultura e a essas
mulheres.”

COMO VOCÊ ENCARA A HIs-
tÓRIA DA PERsONAGEM?
“É uma história de dor, e dor de
amor. Essa mulher de fato é uma
mulher forte, extremamente dedi-
cada à família, que vê o sentido da
vida muito vinculado à família. Tem
a perda do filho logo no começo
da novela, o que é uma tragédia.
(...) Essa personagem tem um tom
trágico, que está acima do drama.
Ela perdeu tudo, casa, familiares,
filho, o status dela, e o sentido da
família se aprofunda mais ainda.
Quando o marido dela, Elias (Marco
Ricca), se interessa por uma outra
mulher, vem uma dor dilacerante.
Eu acredito que a Missade vai en-
contrar um caminho belíssimo.”
Free download pdf