Eva sacou a carteirinha de imprensa. Estendeu-a com um movimento rápido e
profissional.
Ele leu o nome.
- OK, Eva. Vou dizer duas coisas. A primeira é que a sua carteirinha já caducou
faz três meses. A segunda é que pode ligar para a minha secretária, para que ela lhe
diga que não tenho vontade nenhuma de falar com você. - Não vou escrever nada – disse Eva.
- Não me interessa o que você escreve ou deixa de escrever.
- Não vou escrever nada sem a sua aprovação. Mas talvez eu tenha uma
informação que poderia interessar a você. - Se me dá licença.
Deu meia-volta e se afastou.
Eva o alcançou. - Espero que isso não acabe como o caso da Divisão de Crimes Financeiros,
porque aí vamos ter que voltar a olhar todos os documentos.
Jens Juncker parou. Lançou-lhe um olhar frio. - Está me ameaçando?
- Estou é tentando ajudá-lo, Jens – replicou Eva. – E, com isso, ajudar a mim
mesma. Se você não quiser cooperar e estiver errado, vou escrever. Tenho que fazer
isso, é minha obrigação. - Eu, errado? Eu não lhe disse nada.
- Pois a mim parece que você já disse que não existe nada para investigar.
- E não existe mesmo. Claro que foi suicídio. Ele até mandou um torpedo antes
de se matar. - Mandou SMS?
- Mandou.
- Para a irmã?
- E o irmão. De mais a mais, o caso está com a polícia da Zelândia do Norte. Você