- A não ser que a jornalista tenha adivinhado a senha.
- De que jeito?
- A dama de companhia não lembra se a usou no escritório. A jornalista pode ter
visto a senha. - Escritório? Que escritório?
- Ela foi a uma reunião com o diretor da creche para avaliarem como deviam
lidar com o menino depois da morte do tio. O diretor saiu do escritório. Ela
mandou um torpedo. Botou o celular outra vez na bolsa. Saiu para o parquinho.
Quando voltou, o celular tinha sumido. Só o telefone, não o dinheiro, nem
nenhuma outra coisa. - Alguma ideia do porquê?
- Por que o quê?
Marcus pensou se não teria sido um acaso. Também poderia ter sido simples
furto, mas nesse caso o ladrão também teria levado o dinheiro. - Volte para a creche. Ache essa ajudante. Já sabe o nome dela?
- Eva Katz.
Furiosamente, Marcus digitou o nome de Eva no teclado. Apareceu uma foto de
Facebook de uma mulher atraente. “São as piores”, pensou Marcus. “As bonitas
sempre foram as mais ambiciosas. Abençoadas que são com um físico privilegiado,
bem que podiam relaxar um pouco.” Não conseguia deixar de olhar para ela. Ela o
encarava fixamente, como se o conhecesse. Havia algo nela... mas o quê? Marcus
desistiu de compreender os próprios sentimentos para se concentrar na missão. A
jornalista era um pequeno obstáculo no caminho, nada mais que isso – uma
inimiga. Que acabava de lhe declarar guerra. - David?
- Estou ouvindo.
- Já estou a caminho.
Marcus desligou e apertou o número 3 no interfone.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1