dê-efes da faculdade de história têm a dizer.
Parou em frente a uma porta igualzinha às outras. Prestou atenção durante um
momento. Ouviam-se vozes do outro lado.
- Creio que se trata de uma reunião oficial. – Isso era possivelmente alguma
piada.
Três batidinhas, e abriu a porta. Eva contou dezesseis rostos sérios que olhavam
para ele. Um estava ao lado do quadro branco, com um marcador na mão. - Espero estar incomodando – disse Weyland.
- Um pouco.
- Bem, eu lhes trouxe uma jornalista do Berlingske.
Eva sorriu, tentando fazer uma cara que parecesse adequada. - Resumindo, diz respeito a um caso de fraude – disse Weyland, e entrou na sala.
- É um retrato do século XVIII ou XIX. Dito isso, a história da arte entrega os pontos.
Eva ficou na porta enquanto Weyland deixava o papel na mesa, em frente ao
historiador sentado mais perto da porta. A interrupção tinha sido inoportuna. A
sala irradiava descontentamento acadêmico. - É lorde Nelson? – perguntou Weyland, que conseguiu assim a atenção do
reticente historiador. - Não, não é – foi a resposta.
O colega ao lado esticou o pescoço e olhou para o quadro, mais ou menos do
mesmo jeito que se costuma olhar para as pessoas de quem realmente não se gosta. - Parece alemão – disse esse outro.
Passaram o papel de mão em mão. Um deles se levantou para dar uma olhada
mais detida. Weyland se voltou e piscou para Eva. - O Berlingske garante um ano de rosquinhas se vocês derem uma mão.
Eva riu. - Creio que é Fernando – disse um, referindo-se ao imperador austríaco.
- Claro que não é – disse uma historiadora, balançando negativamente a cabeça.