Hareskoven, Grande Copenhague – 23h12
Um dos policiais, o mais velho, tinha saído para recolher as provas no jardim.
Haveria mais técnicos a caminho? Eva não sabia; só conseguia olhar para as
próprias mãos, trêmulas, e depois para o policial jovem que estava diante dela e que
a olhava com genuína comiseração. Estavam sentados na sala. Eva no sofá, com as
pernas recolhidas e uma manta de tricô por cima.
- Tem certeza de que não quer telefonar para ninguém? – ele perguntou.
- Sim, absoluta.
- Acho que você está em choque.
- Ah, não tenha dúvida – disse Eva, e olhou para ele. Eram da mesma idade?
Talvez ele fosse uns anos mais velho. - Eva?
- Sim?
- Você se lembra do meu nome?
- Você me disse?
- Duas vezes.
- Ah, sim! Peter.
Ele sorriu. - Não, Søren. OK?
- Søren. O policial Søren. É fácil de lembrar – disse Eva, com um sorriso forçado.
Ele retribuiu o sorriso, antes de se endireitar na cadeira, que rangeu.