em contato comigo.
- E depois o assassinaram?
Por um instante, Juncker pereceu refletir, como se tivesse que digerir as palavras
de Eva antes de rechaçá-las. - Foram os mesmos que entraram aqui em casa à força. Só pode ser isso. Tem a
ver com Brix, esse cara tão cheio de mistério que a gente não consegue saber nada... - Você foi ao apartamento do Rico a que horas? – quis saber Juncker,
interrompendo-a. - Não sei. Acho que vocês vão conseguir deduzir isso pelas antenas de celular. Por
que a pergunta? - Porque você desligou o celular quando entrou.
- Não! – Eva negou com a cabeça, pegou o celular e, de repente, vislumbrou uma
escapatória. – Olhe. Está apagado. Ficou sem bateria. - O que você viu lá?
- Bati à porta. Ninguém abriu.
- Uma testemunha fala de dois homens que foram vistos na escada. Você os viu?
- Talvez os mesmos que me atacaram? Ou você não vê relação entre um fato e
outro? - Rico Jacobsen levava vida perigosa. Você acompanhou as matérias dele sobre o
crime organizado e a guerra de gangues? - Acompanhei – mentiu Eva.
- Rico Jacobsen recebia ameaça de morte toda semana, o tipo de ameaça que dá
para relacionar diretamente ao trabalho dele. Faz menos de um mês, mandaram
para a redação, pelo correio, dois cartuchos de bala. Entre bandidos, isso significa
que a pessoa já pode começar a procurar jazigo. Do jeito que eu vejo a situação, uma
dessas ameaças acabou mesmo se concretizando. - Mas então o que você me diz do celular e do desenho?
- Eva... – Juncker tornou a suspirar. – Você não percebe?