na ilha de Møn. Eva estava disposta a ir encontrá-lo mesmo se ele morasse no polo
Sul. Precisava de ajuda. “É certo pedir ajuda”, disse a si mesma. O simples fato de ter
que ligar para o número de Lagerkvist deixou Eva estranhamente nervosa. “A
inteligência dele intimida”, tinha lido numa manchete na internet, e por um
instante, o instante em que uma voz feminina fraquinha se apresentou como Anne-
Louise Lagerkvist, Eva esteve a ponto de desistir.
- Sim? – disse a voz, ao perceber que Eva hesitava demais.
- Desculpe-me se estou ligando tão tarde. Meu nome é Eva Katz. Sou jornalista e
gostaria de falar com seu marido.
Silêncio. - O Jan está doente.
- Puxa, eu sinto muito. Posso voltar a ligar amanhã?
- Não acho que seja boa ideia. – Por mais que a mulher tivesse dito as palavras
sem tremor nenhum, Eva pressentiu o choro quando ela continuou. – Meu marido
está gravemente doente, sabe? Não sei se seria o mais apropriado que... - Eu não vou me demorar – prometeu Eva. – Quero só perguntar uma coisa. A
senhora acha que é possível? Onde eu poderia encontrá-lo? É extremadamente
importante.
A mulher tomou fôlego antes de sussurrar: - O Jan está nas últimas. Está internado no hospital de Hellerup.