A Santa Aliança

(Carla ScalaEjcveS) #1

Hospital Nacional, Copenhague – 19h12


Acordou. Esticou o braço para agarrar alguém, mas deparou com um travesseiro e
o cateter do líquido intravenoso. Que horas seriam? Era noite; ainda não havia luz
lá fora. Ele tinha sido anestesiado com alguma coisa. Não conseguia pensar com
clareza. Era por causa da mentira que tinha contado sobre as coisas a que seria
alérgico – os analgésicos e a penicilina. O médico tinha concluído que Marcus
estava confuso, que era preciso sedá-lo para dar descanso ao corpo. É, o médico o
acompanhou até o quarto. Disse que Marcus estava atordoado com o impacto na
cabeça. Marcus deitou na cama ao mesmo tempo que ficava repetindo para si
mesmo a senha. Depois fechou brevemente os olhos. Dormiu? O médico devia ter
injetado alguma coisa no líquido intravenoso. Tal qual o tio de Hamlet, que
derramou veneno no ouvido do irmão, o rei, enquanto este dormia. Do contrário,
Marcus não estaria agora tão... grogue.
Eva.
Por que Eva?
Não fazia diferença. Não havia lógica. Mas acontecia alguma coisa com Marcus
quando ele respirava, como se Eva fosse o ar. Surgiram-lhe três letras e três dígitos.
RIG363.



  • Vamos lá, soldado – sussurrou. Estava perto. Era o melhor espião de todos.
    “Melhor que o resto da tropa”, pensou, e tentou equilibrar-se nos pés enquanto se
    convencia da própria grandeza. Os outros... não faziam nada mais que ficar

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