continuava ao celular. O homem também continuava lá. Estava do outro lado da
rua, esperando-a. Passou-se um longo momento, em que Eva esteve a ponto de
interromper a ligação, quando de repente se ouviu um silvo breve, seguido de uma
voz eletrônica que dizia alguma coisa em... espanhol? Italiano? Voz de mulher.
- Do you speak English?
- Yes, madam. Who am I talking to?
Eva hesitou. Subitamente, não sabia o que dizer. - Eu liguei para onde? – acabou perguntando, sempre em inglês.
- Hotel Villa Maria.
- Fica onde?
- Desculpe-me, mas do que se trata? A senhora quer fazer reserva?
- O hotel fica onde?
- Em San Menaio.
- Na Itália?
- Sim.
- O aeroporto mais próximo?
- Madam, that would be Rome.
Um hotel perto de Roma? Uma chamada que Brix tinha feito pouco antes de
morrer. Eva ouviu Lisa. Estava entrando na casa para procurá-la. - Faz uma semana – disse Eva; apertou o fone contra o ouvido e pensou depressa
enquanto se esforçava para não errar a conta dos dias – ou oito dias. Um homem
ligou da Dinamarca. Você se recorda? Talvez tenha se hospedado no seu hotel.
Christian Brix. - No. No. We can’t... information. Sorry.
- Please.
Passos na escada. Eva estava com o cartão de embarque na mão quando a
corretora entrou. Roma. Fiumicino. Estava ali, preto no branco. Brix tinha
retornado de Roma um dia antes de morrer. E havia se encontrado com alguém.