Facilitaram o caminho para que o rei volte. A gente pode dizer que, quanto menos
estabilidade, mais possibilidade de instituírem a monarquia outra vez. Por isso a
Aliança não queria ajudar a Grécia a sair do brejo.
- Aquela noite, quando o Christian telefonou para você...
- Sim?
- O que ele disse?
- Que tinha que falar com eles, comunicar que o trabalho dele tinha acabado.
Não queria mais continuar. - Ele estava com medo?
- O que mais receava era que ameaçassem a família. A irmã.
- Ameaçar como?
- Que a família fosse perder os privilégios.
- Ele tinha medo que o matassem?
- Não. Isso nunca. – Claudia olhou para Eva. – Aliás...
- O quê?
- A verdade é que achei que tivesse sido mesmo suicídio. Isso durante os
primeiros dias. Talvez porque os sentimentos do Christian estivessem muito
divididos, pensei. Lembre-se: ele também acreditava na causa. Acreditava
sinceramente que os monarcas são o melhor para o mundo. Ele sempre dizia que os
alemães elegeram Hitler democraticamente. Que nem a Primeira nem a Segunda
Guerra Mundial teriam começado se os reis estivessem no poder. - E você?
- E eu o quê?
- Acredita em quê?
- O que eu acredito não tem importância. Ele acreditava. Às vezes. Porque às
vezes tinha dúvidas. - Posso garantir que ele não se matou, mas não sei exatamente o que aconteceu
aquela noite. Ele contou com quem ia se encontrar?