- E agora está chovendo. Isso é bom. Se havia pegadas, elas já desapareceram a
esta altura. - Onde você está?
- Perto da casa dele – respondeu Marcus.
Ouviu David dar um leve suspiro e dizer: - É mesmo necessário...?
- Preciso de você aqui – disse Marcus, interrompendo-o.
- Agora?
- É, agora. Pegue o carro. Vá no sentido norte. Daqui a pouco, vou mandar um
torpedo com o endereço.
David não respondeu. - Está me ouvindo?
- Não sei. Você não pode pedir ao Trane?
- David...
- O de ontem foi uma coisa. Esse de agora já é outra bem diferente.
- Não, é exatamente a mesma coisa, David.
Marcus lançou um olhar para a casa. Um carro estava estacionado não muito
longe. Um homem desceu e entrou num prédio com muita pressa, fugindo da
chuva, sem olhar nem para um lado nem para o outro. De certo modo, o aguaceiro
era um disfarce maravilhoso; não havia melhor camuflagem, ninguém gostava
daquele temporal gelado de primavera. - Você entendeu? – perguntou Marcus, e continuou: – O que vai acontecer
quando derem com o corpo? Você acha mesmo que o velho não vai falar nada?
Claro que vai; vai dizer que viu um homem. Vão divulgar a descrição. Vão
investigar. Será que foi mesmo suicídio? É o que vão querer saber. - Você disse que a polícia estava sob controle.
- É, desde que não seja pressionada pela mídia.
- E por que aconteceria isso?
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1