- Quem disse isso?
- Encontrei um vizinho no caminho para cá. Pelo visto, tinha acabado de falar
com alguém de lá. - Coitado!
Marcus olhou para a ampulheta. Naquela altura, quase toda a areia havia
escorrido. A única coisa que Marcus tinha que garantir era que o velho ficasse de
boca fechada mais uns minutos. - Não costuma haver muita gente a cavalo no Ulvedalene – disse Hans Peter.
Marcus não se voltou. - Foi o que eu disse ao meu vizinho – Marcus se limitou a dizer. – Um cavalo
saiu correndo da mata ali pelo meio-dia, sem cavaleiro, e foi quando começaram as
buscas. - E têm certeza de que o cavaleiro morreu mesmo? – perguntou uma das
mulheres. Marcus não viu qual delas tinha sido, pois estava com o olhar fixo na
ampulheta. - Eu estive lá hoje de manhã – insistiu Hans Peter.
Marcus se levantou. - Tudo bem se eu deitar um pouco de água?
Ninguém reclamou. Marcus verteu três conchas. O vapor se propagou pela sauna
enquanto Marcus continuava falando, na tentativa de manter o velho calado: - Na Finlândia, sempre deixam a sauna a cem graus – disse.
Um dos homens tomou a palavra: - A cento e dez.
- Não, aí já é demais – disse a última mulher a ter chegado.
- Vamos ver até onde aguentamos? – perguntou Marcus, e esvaziou outras duas
conchas. Deu uma rápida olhada no velho, que o olhava fixamente, de um jeito
esquisito. Será que o tinha reconhecido? A areia se esgotou na ampulheta. Hans
Peter se levantou.
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1