- Com licença – disse, e saiu.
Pela janelinha, Marcus o seguiu com o olhar durante alguns segundos. Viu que o
velho pendurava a toalha ao lado da escada de madeira que levava à água. Tinha
chegado a hora. - Está quente demais – disse Marcus.
Ouviu rirem quando fechou a porta atrás de si. Hans Peter já tinha quase entrado
na água. Marcus se aproximou da escada e deixou a toalha ao lado da do velho. Este
se lançou na água. Uma olhada rápida para a sauna. Continuavam todos sentados.
Marcus mergulhou. A água estava gelada. Logo adiante, Hans Peter voltava à escada
depois de ter dado duas valentes braçadas. - Posso passar? – perguntou Hans Peter.
Marcus não respondeu. Limitou-se a vedar a passagem do outro, preparando-se
para o que teria de acontecer. - Nós já nos vimos antes em algum outro lugar? – Hans Peter teve tempo de
perguntar, antes de Marcus lhe agarrar a cabeça e empurrá-la para debaixo da água.
O velho agitou os braços desesperadamente, debateu-se, arranhou Marcus, tentou
até mordê-lo. Marcus ouviu risadas que vinham do interior da sauna. Pouco a
pouco, o velho foi perdendo as forças. Marcus percebia como o vigor e a vontade de
Hans Peter se esgotavam. A porta da sauna se abriu. Hans Peter ainda estava vivo,
mas agora mal se debatia. - Vamos para a água?
Eram vozes que, tendo partido da sauna, se aproximavam. Estavam a caminho.
Sem soltar a cabeça do velho, arrastou-o por baixo da estrutura de madeira da
piscina aberta, de água salgada, perto das estacas sobre as quais toda a construção se
assentava. Hans Peter já não resistia de modo algum; estava morto. Com muito
cuidado, sem fazer ruído demais, Marcus foi se deslocando de estaca em estaca,
segurando o velho pelo pescoço. Ouviu as mulheres pularem na água. Ouviu seus
gritinhos. Também as viu à luz da sauna, ali de baixo, mas elas não tinham como
carla scalaejcves
(Carla ScalaEjcveS)
#1