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livre, o direito das pessoas de manter e
portar armas não será infringido”. As
milícias seriam forças civis estaduais,
fazendo o papel de um exército – o
Exército Contnental, principal força na
Revolução Americana, fora dispensado
quase inteiramente em 1783. Quando a
Segunda Emenda foi ratficada, em 15
de dezembro de 1791, já era obsoleta.
A tentatva de usar milícias estaduais
havia se provado um fracasso menos
de um mês antes, quando o General St.
Clair sofrera uma catastófica derrota
conta os indígenas na Batalha de Wa-
bash, em 4 de novembro. Isso mudou a
opinião e, em junho de 1792, o Exército
seria recriado, como Legião dos Estados
Unidos, ganhando o nome oficial de
Exército em 1794.
De sua fundação até hoje, os EUA
estariam envolvidos em guerras por 226
de seus 243 anos. O últmo ano de paz
foi 2000. Os EUA têm cerca de 800
bases em 80 países, sem contar forças
pequenas em embaixadas.
guerra à americana
Parece coisa de videogame. Durante a
Segunda Batalha de Fallujah, em 10 de
novembro de 2004, o sargento David
G. Bellavia percebeu que seu grupo de
combate estava preso numa casa sob fo-
go inimigo. Largou então seu fuzil M-16,
tomou em mãos uma metalhadora leve
M249 e deu cobertra para que seu gru-
po escapasse. Ao sair do bloco, percebeu
que o veículo de combate de infantaria
M2 Bradley que servia a seu grupo não
seria capaz de vencer os insurgentes.
Então pegou de novo seu M-16, entou
na casa sozinho, e foi matando um por
um, até chegar ao telhado. Pela ação dig-
na de Rambo, ele se tornou, em junho
de 2019, a única pessoa a sobreviver à
Guerra do Iraque condecorada com a
Medalha de Honra, a mais importante
comenda militar dos EUA.
Ainda que os filmes gostem de res-
saltar histórias como essa, o Exército
dos Estados Unidos da América não é
formado por heróicos individualistas.
É uma força massiva – a terceira maior
do mundo em número de soldados, que
são ajudados por uma grande vanta-
gem tecnológica. É composta por dez
divisões, além de diversos ramos me-
nores independentes. O maior cento
de comando é o FORSCOM - United
States Army Forces Command, em
Fort Bragg, Virginia.
As divisões são organizadas em
brigade combat teams (BCT, “grupos de
combate de brigada”), com cerca de 4
mil soldados de infantaria mais uni-
dades de suporte e tanques. Os BCTs
vêm em tês tpos: infantaria, styker e
blindado. Todos contam com artlharia
e suporte, como engenheiros e médicos.
Um BCT de infantaria é o tpo mais
rápido e básico, que se move em veícu-
los com pouca proteção – os Humve-
es. Também conta com uma força de
helicópteros e é capaz de invasão por
paraquedas.
BCTs de blindados são, obviamente,
forças focadas em veículos. O grosso
aqui são os tanques M1A1 Abrams e
o poderoso veículo de combate de in-
fantaria M2 Bradley.
E stykers são os BCTs formados em
torno das diversas variações do tans-
porte médio Styker. A diferença prin-
cipal de um Styker para um Bradley é
que usa rodas, não lagartas, então é bem
mais ágil. Essa é uma topa “média”,
ente o BCT de infantaria e o blindado.
Em 2018, em meio a um downsizing
por conta da redução de orçamento e
conflito, vários BCTs começaram a ser
tansformados em maneuver battalion
task forces (“força-tarefa de manobras
em batalhão”), que têm cerca de ¼ do
tamanho de um BCT. A mudança não
deve atingir a todos os batalhões e o
resultado fica a se ver.
Explicado o Exército, não é possí-
vel falar dos EUA em combate sem
mencionar sua especialidade desde
a Segunda Guerra: o ataque pelo ar.
Vamos a mais uma história.
Era o começo da noite de 13 de abril
de 2017 quando os terroristas do Estado
Islâmico se dedicavam ao que quer que
seja que terroristas fazem depois do jan-
tar. Instalados no complexo de túneis
que cavaram na província de Nangarhar,
Afeganistão, haviam sofrido dezenas
de ataques de drones de bombardeiros
americanos, nos dias anteriores, sem
qualquer resultado.
Então morreram. Uma onda de pres-
são capaz de arrancar a pele e liquefazer
os órgãos atngiu-os no fundo de suas
cavernas – isso quem morreu rápido,
não soterrado ou queimado. No dia da
explosão, foram reportados 36 mortos.
Conforme forças americanas e afegãs
inspecionavam os túneis, corpo após
corpo trado, o número chegou a 96,
incluindo quato comandantes. Civis
afegãos, que viram a explosão e sent-
ram o temor e casas rachadas a qui-
lômetos dali, destuindo as janelas de
suas casas, falaram em “ver o céu cair”.
Foi o primeiro uso da maior bomba
convencional da história – a MOAB,
Massive Ordnance Air Blast (“Explosão
aérea massiva de material”, carinhosa-
mente apelidada de Mother Of All Bombs,
“a mãe de todas as bombas”).
Como manobra diplomátca, não pa-
rece ter ido muito bem. O ex-presiden-
te afegão, Hamid Karzai, afirmou que
“isso não é a Guerra ao Terror, mas o
inumano e extemamente brutal abuso
de nosso país como campo de testes de
novas e perigosas armas”. E o Taleban,
vejam só, acusou os EUA de terrorismo.
Por certa definição, é mesmo. A
proposta da MOAB é também causar
de sua
fundação
até hoje,
os eua
estiveram
envolvidos
em guerras
por 226
de seus 243
anos.
Exércitos do mundo Estados unidos
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