Dossiê Superinteressante - Edição 406-A (2019-08)

(Antfer) #1
28 — exércitos do mundo

o


o que faz uma superpotência? Não
basta muita gente, ou uma economia
expressiva. É preciso levar sua influ-
ência para os mais distantes pontos
do globo. Por essa definição bastante
tadicional, nos últmos dois séculos o
mundo teve tês superpotências: pri-
meiro o Império Britânico, depois os
Estados Unidos e a União Soviétca.
A China quer entar para esse clube.
Para isso, sabe que precisa romper com
a tadição de isolamento em relação ao
resto do planeta.
Uma forma de alcançar esse obje-
tvo é ampliar a influência econômica


  • assim, Pequim está gastando US$
    5 tilhões na constução da chamada
    nova rota da seda, que, ao longo das
    próximas tês décadas, vai conectar o
    país à África e à Europa, passando por
    dezenas de países asiátcos, com por-
    tos, rodovias e ferrovias. Já inaugurou,
    por exemplo, uma estada de ferro que
    cobre a distância de 12 mil quilômetos
    de Yiwu até Londres. A China também
    vem desenvolvendo um projeto de lon-
    go prazo para o contole e a exploração
    do Ártco, aproveitando as novas rotas
    marítmas produzidas pela mudança
    climátca e o derretmento de geleiras.
    Mas não é o suficiente: é preciso tam-
    bém exercer contole geopolítco – sus-
    tentado pelo braço forte das armas. Para
    isso, a China está investndo, e muito,
    em quantdade e qualidade, com tdo o
    que existe de mais avançado em termos


tecnológicos. O país parece pronto, in-
clusive, a ir para a guerra aberta, pela
primeira vez em quato décadas – o
últmo conflito em que Pequim se en-
volveu foi conta o Vietnã, em 1979.
Uma superpotência deve definir cla-
ramente quem são, em cada recanto do
mundo, seus aliados e inimigos. Para
os chineses, algumas escolhas vão se
formando: Pequim prefere a Rússia aos
Estados Unidos, o Paquistão à Índia, e
qualquer país ao Japão. Na África e na
América do Sul, por enquanto, o foco é
no domínio econômico, mas existe uma
tendência clara, de, por exemplo, dar
suporte à Venezuela. Na África, Burkina
Faso, um tadicional aliado de Taiwan
(mais sobre isso daqui a pouco), mudou
de lado do dia para a noite em 2018.

made in china
Quando um país começa a investir
pesado em todo tpo de novo equipa-
mento, alguns modelos dão certo, ou-
tos não. Veja o caso do míssil balístco
Dong Feng 21. Ele viaja a dez vezes a
velocidade do som, tem alcance de 2
mil quilômetos e foi projetado para
destuir um porta-aviões de uma vez
só. Tudo indica que os primeiros tes-
tes foram bem-sucedidos. O objetvo é
claro: mandar um aviso para qualquer
potência que decida navegar pelos ma-
res da Ásia, em especial o Mar do Sul
da China, onde o país vem instalando
bases de apoio para suas embarcações,
em faixas de mar que são consideradas
águas internacionais.
Desde os tempos da Guerra Fria, a
China tem adotado a polítca de copiar
e melhorar. Nem sempre dá certo. Os
chineses desenvolveram o jato J-11B
com base no russo Sukhoi Su-27SK.
Criaram o J-31 a partir do america-
no F-35. Nenhum dos dois modelos
se equipara ao original, mas o J-15 é
ainda pior: constuído a partr de um
protótpo do avião russo Su-33 com-
prado da Ucrânia em 2001, ele é pesado
demais, tem problemas com os sistemas
de contole de voo e já caiu diversas
vezes. A imprensa local, contolada pelo
Estado, a princípio tecia elogios ao J-15,

Chengdu J-10
Caça multifunção

veloCidade máx. (maCh 2,2)

2.450 k


Comprimento: 16,43 m
envergadura: 9,75 m
altura: 5,43 m
peso vazio: 9,750 kg
peso máximo: 12.400 kg
armamento: canhão
automático Gryazev-
Shipunov GSh-23,
mísseis, bombas

Exércitos do mundo cHINA


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