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principalmente caças F-16 e F-15 ame-
ricanos, com F-35 sendo intoduzidos
neste momento. E a Marinha, enxuta,
consiste em barcos de patulha, lança-
mísseis e corvetas com helicópteros,
sem um porta-aviões.
opção sansão
Mas essa Marinha tem um tunfo: seis
submarinos alemães diesel-eléticos
da classe Dolphin, 1 e 2, que podem
disparar mísseis nucleares. O que nos
leva ao que os analistas apelidaram de
“Opção Sansão”, a possibilidade do uso
de armas nucleares por Israel.
Em 2006, o primeiro-ministo is-
raelense Ehud Olmert cometeu uma
imensa gafe. Dava uma entevista a uma
TV alemã. O assunto era o programa
nuclear iraniano: “eles desejam ter ar-
mas nucleares como a América, França,
Israel e Rússia”. Uma tapalhada atômi-
ca: Israel jamais admitu (ou negou) ter
armas nucleares, dizendo apenas que
“Não será o primeiro país a intoduzir
armas nucleares no Oriente Médio”.
O “segredo” é algo levado muito a sé-
rio. Em 1986, o físico Mordechai Vanunu
fugiu de Israel e apresentou fotos e docu-
mentos ao mundo, provando o programa
nuclear israelense. Terminou captrado
pelo Mossad em Roma e condenado a
18 anos de prisão.
Em 2017, uma reportagem do New York
Times revelou o quanto a Opção Sansão
passou perto: durante a Guerra dos Seis
Dias, em 1967, Israel chegou a preparar
uma ogiva nuclear para explodir no Sinai,
no meio do nada, para alertar os vizinhos
hosts. Acabou não precisando.
A postra de Israel destoa de outos
países que têm armas nucleares. Afinal,
elas existem para não ser usadas. Servem
como uma ameaça poderosa a qualquer
potencial inimigo, de que o custo de ata-
car esse país é grande demais para ser
arcado. Quem as tem costma alardear.
A ambiguidade é uma jogada di-
plomátca. Seria difícil, por exemplo,
justficar a pressão toda para impedir o
Irã de adquiri-las quando seu maior ini-
migo as tem. E isso levaria a um efeito
em cascata. Em 2018, o príncipe saudita
Mohammad bin Salman, líder do país,
afirmou explicitamente que adquiriria
as suas em caso de armamento do Irã.
Antes disso, Israel provavelmente
tomaria uma medida não diplomátca.
Por duas vezes, em 1981 e 2007, aviões
israelenses foram enviados para destuir
reatores nucleares na Síria. Em 2010, um
vírus especialmente desenvolvido, o St-
xnet, foi usado num ciberataque conta
centífugas de urânio no Irã. As tensões,
com o Irã ameaçando retomar seu progra-
ma nuclear, atngem seu auge em anos.
Keren Barzel
Bateria antimísseis
automática
alcance: 70 Km
Munição: 20
Míssil
interceptador
taMir
Velocidade: Mach 2,5
3.087 km/h
coMpriMento: 18,2 m
diâMetro: 16 cm
peso da ogiVa: 15,8 kg
guarda-
chuva
a resposta para a
tempestade de mísseis.
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pequenos, gigantes,
primitivos, avançados:
mísseis. mísseis de todos
os lados: ao sul, a Faixa de
Gaza, ao Norte, o Líbano,
ao Leste, potencialmente
do irã. Nenhum país deve
ter recebido tantos mísseis
ao longo de sua história
quanto israel. a resposta
foi o Keren Barzel (domo
de aço): uma bateria
computadorizada. Quando
seu radar detecta algo no
céu, calcula sua trajetória
e, se o ponto de impacto
coincidir com uma região
programada para proteger,
lança seu interceptador.
assim, mísseis amigos,
que são destinados a
outras áreas, não a ativam.
em 2012, o sistema viu seu
grande teste na insurgên-
cia em Gaza, na qual uma
quantidade massiva de fo-
guetes foi disparada. 90%
deles foram interceptados,
sem atingir seu alvo. Um
desempenho tão bom que
o cientista político Yoav
Fromer, da Universidade
de tel aviv, e o ex-ministro
da defesa amir peretz
notaram que a sensação
de imunidade poderia
levar o eleitor israelense a
ignorar a necessidade
de diplomacia.
Exércitos do mundo israel
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