Dossiê Superinteressante - Edição 406-A (2019-08)

(Antfer) #1
— 63

Elbit HErmEs
900 KocHav
Veículo de
reconhecimento
aéreo não tripulado

pEso máximo

1.270 kg


comprimEnto: 8,3 m
opEradorEs: 2
EnvErgadura: 15 m
pEso máximo:
1,270 kg
armamEnto: Nenhum
vElocidadE
máxima: 220 km/h

a nos interessar por drones de monitora-
mento, capazes de equilibrar um pouco
o jogo conta os taficantes, que mudam
suas rotas terrestes, marítmas e aéreas
nas fronteiras com grande facilidade.
Contnuamos investndo pouco: apesar
de a Estatégia Nacional de Defesa, lançada
em 2008, prever que o gasto do Produto
Interno Bruto com os militares alcançasse
os 2%, contnuamos patnando em torno de
1,5% - a Colômbia investe 3,1% e o Equador,
2,4%. Só agora começamos a substtir os
fuzis que usamos desde 1964 (veja mais na
pág. 61). A artilharia antiaérea conta com
armamentos com mais de 35 anos de uso.
Resultado: entre 2005 e 2015, com ex-
ceção da Venezuela, em grave crise, todos
os países do continente aumentaram seus
investimentos totais com defesa. O Bra-
sil é o segundo país que menos ampliou
seus investimentos; só avançamos mais,
nesse quesito, do que o Chile. Quem mais
ampliou o investimento no setor foram
Argentina e Paraguai.
A falta de atalização dos equipamentos
é tão grave quanto a inexistência de um
programa efetvo de compra de munição
em quantdade adequada. Em 2012, o gene-
ral da reserva Maynard Marques de Santa
Rosa, ex-secretário de Polítca, Estatégia
e Assuntos Internacionais do Ministério
da Defesa, afirmou que o País só tinha
munição para uma hora de combate. Um
documento da mesma época indicava que
92% dos meios de comunicação utlizados
pelos militares estavam obsoletos.
Além disso, os constantes contngen-
ciamentos de verba agravam uma sita-
ção complicada: aproximadamente 90%
do orçamento está sempre comprometdo
com pagamento de salários e aposentado-
rias. Sobra só 10% para fazer todo o resto,
e muitas vezes o governo federal ainda re-
duz o dinheiro disponível para esses gastos.
Aconteceu em 2019, com o bloqueio de R$
5,8 bilhões. Isso atapalha vários programas
militares, como o Sistema Integrado de Mo-
nitoramento de Fronteiras (Sisfron), que não
deverá estar finalizado e em operação no
prazo inicialmente previsto, o ano de 2024.
A falta de recursos é compensada por
ações pontais de compra de equipamentos
e por um tabalho de modernização dos já
existentes. Foi o caso dos caças F-5M, de
fabricação americana, adquiridos nos dis-
tantes anos 1970. A Embraer incrementou
os aviões com novos radares e sensores.
Também modernizou nove caças AF-1 e
AF-1A da Marinha – projeto americano

de olho na
f l o r e s ta
o drone do brasil.

a partir de 2013, o brasil
passou a usar veículos aéreos
não tripulados de forma sis-
temática. no nosso caso, eles
servem principalmente para
melhorar a fiscalização das
fronteiras e monitorar grandes
eventos – os jogos da Copa do
Mundo de 2014 e as compe-

tições da olimpíada de 2016,
por exemplo. somos um dos
mais fiéis clientes da fabricante
israelense elbit systems, fun-
dada em 1966 e especializada
na produção de equipamen-
tos e softwares. Começamos
adquirindo o Hermes 450 e,
mais recentemente, fechamos
um contrato para receber
unidades da versão atualizada
do modelo, o Hermes 900, a
Us$ 8 milhões por unidade. o
elbit Hermes 900 é um drone
de altitudes médias e baixa
velocidade. não carrega armas,
mas conta com o que há de
mais moderno em sistemas de
comunicação e monitoramen-
to. o drone pode ser utilizado
para uma vasta lista de objeti-
vos, incluindo buscar pessoas
em locais de difícil acesso, e
monitoramento de queimadas.
Também serve para identificar
as rotas utilizadas por contra-
bandistas e narcotraficantes,
que abrem picadas na mata
para criar estradas e pistas de
pouso clandestinas.

Fotos: Divulgação

Exércitos do mundo brasil


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