Guia do Novo Homnem do Século XXI - Edição 01 (2019-08)

(Antfer) #1

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Discussões sobre as preferências etílicas à
parte há algo em comum que une a indústria
das bebidas alcoólicas atualmente: a busca
pela sofisticação. Seja na embalagem, no sa-
bor ou na variedade, todas buscam o algo a
mais, a fim de fidelizar os clientes antigos e
captar novos consumidores. “A cerveja pode
ter desde aromas frutados, florais, cítricos,
herbais, tostados ou defumados. No paladar,
pode ser seca, ácida, amarga, doce e por
aí vai. Suas receitas podem levar desde os
ingredientes básicos até a adição de frutas
ou especiarias secretas. Ou seja, com tantas
opções, para que ficar sempre na mesmice
da ‘loira estupidamente gelada’?”, questiona
Diego Cartier, da WBeer, site de cervejas que
seleciona, indica e entrega rótulos do mundo
inteiro em todo o Brasil.
A CACHAÇA TAMBÉM
ESTÁ MAIS REQUINTADA.
Quem garante é José Lúcio Mendes,
presidente do Centro Brasileiro de Re-
ferência em Cachaça, diretor da Expo-
cachaça e autor do
livro “Cachaça, o
Espírito Mineiro”.

“A cachaça hoje adquiriu
uma sofisticação muito
grande de embalagem
e qualidade do produto,
principalmente o pro-
duto envelhecido em
madeiras brasileiras que
dão mais aroma, sabor e
cor à bebida. Já existe a
profissão do cachacier,
temos a taça de cristal
da cachaça, já existem
cartas de cachaça nos
principais restaurantes
e bares mais sofisticados
do Brasil, as confrarias e
academias da cachaça.
A nossa cachaça vem ganhando prêmios internacionais. É a bebida nacio-
nal do Brasil e temos orgulho pela qualidade. Tem tudo para ser a bebida do
século XXI”, afirma.
José Lúcio lembra que, há 18 anos, quando começou a organizar a Expo-
cachaça, as mulheres não deixavam os maridos colocarem uma garrafa de
cachaça na mesa. Hoje é bem diferente. “No começo, elas tinham precon-
ceito. Achavam que o marido ia ficar com fama de cachaceiro. Hoje, com as
embalagens mais sofisticadas, elas não só deixam como muitas bebem junto
com o marido”, con

REQUINTE E RENOVAÇÃO


O preconceito não existe apenas com a cachaça. No mercado de vinhos, o produto nacional
também já foi desprestigiado. Hoje, a realidade é outra. Vide o sucesso do grupo Miolo no Brasil
e no exterior. O grupo produz 12 milhões de litros de vinhos finos por ano e é a empresa que
mais exporta vinhos no País, para mais de 30 países. Afinal, são 118 anos de tradição, desde 1897,
quando o italiano Giuseppe Miolo chegou ao Brasil e deu início aos trabalhos. Atualmente, possui
projetos vinícolas não só no Rio Grande do Sul, como na Bahia, no Vale do São Francisco.
O empresário francês Mathieu Wehrung, proprietário da loja de vinhos parisiense Soif D’ailleurs,
confessa que ficou com o pé atrás quando ouviu falar pela primeira vez de um certo espumante
brasileiro. “A primeira vez que degustei o Miolo Cuvée Tradition foi na feira Prowein, na Alema-
nha, em 2012, quando a Soif D’ailleurs era simplesmente uma ideia. O que eu pensei ao degustar o
produto foi algo como: ‘champanhe brasileira, hã?!’. Ao prová-lo, meus pensamentos deram uma
guinada. Eu havia encontrado o primeiro representante do Brasil na seleção da Soif D’ailleurs.
Perlage fina, acidez bem equilibrada, aromas delicados, muito fácil de beber. Era obviamente um
espumante excepcionalmente bom. Alimento para a alma. Adotado!”, lembra.
A chave do sucesso, em meio aos fortes concorrentes franceses, foi o custo-benefício, com quali-
dade, bom preço e aprovação dos especialistas do setor. “Este espumante é uma dádiva. Nunca
vendemos menos de 200 garrafas por mês e já chegamos a vender 400”, completa o empresário
francês, comprovando o sucesso dos espumantes nacionais não só no Brasil como no exterior.

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