Guia do Novo Homnem do Século XXI - Edição 01 (2019-08)

(Antfer) #1

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MODA MODA
LUGAR
CADA PEÇA EM SEU
POR EVELYN MORETO | FOTOS SHUTTERSTOCK
402 BILHÕES DE DÓLARES. ESSE É O VALOR MOVIMENTADO, AO ANO,
pelo mercado de moda masculino. Consiste num aumento de pouco mais de 14%, desde 2011, e
as expectativas são de que o mercado cresça ainda mais. Isso porque, segundo uma pesquisa
recém-divulgada pelo Instituto de Estudos e Marketing (IEMI) mostra que 21,5% dos homens
faz compras regulares, pelo menos de três em três meses e, em cada uma dessas compras,
leva o mínimo de três peças. Para o homem contemporâneo, já imerso em tal comportamento
de consumo, pode parecer bobagem. Mas está longe de ser. O novo comportamento de compra
masculino é a prova de uma grande transformação.
Por séculos a moda (e todas as preocupações com a vestimenta) foi vista pela sociedade como
um fenômeno exclusivamente feminino. Os relatos do psicanalista J.C. Flügel relatam que,
nos séculos passados, o sexo masculino não mostrava interesse pelo tema. Ou será que não
deixavam isso explícito. “A moda masculina sempre esteve aí, poucos a souberam enxergar”,
aponta a historiadora Célia Souza.
Camisa abotoada, calça bem ajustada e um bom paletó com o caimento perfeito. Este po-
deria ser você em todas as manhãs, mas também foi Luís XIV assinando seus despachos
(em modelos cheios de pompa e bordados), soberanos em Gales e Versalhes, os aristocratas
(com rendas), o homem burguês da Revolução Francesa... Como se pode perceber, o terno
tem muitas histórias para contar. A maior delas é a prova de que, a moda nasceu masculina.
Mesmo que de forma inconsciente, a moda sempre teve a sua importância no universo mas-
culino – e é ele quem nos guia nesta viagem pelo tempo.
Em suas primeiras versões, o terno era cheio de adornos e complementos. Homens da alta
burguesia chegaram a usá-los acompanhados até de salto alto! Fato é que o terno foi símbolo
claro de status e poder para diferentes gerações. “Era o que a alta burguesia tinha acesso,
peças usadas por aqueles que, mais do que de fato tinham o poder, eram a inspiração, faziam
a moda daquela época”, complementa Célia.
Com os processos de industrialização e mudanças no cenário socioeconômico, as peças passaram
por uma série de transformações, sempre rumo à praticidade. Cortes retos, modelagens limpas
peças mais confortáveis passaram a ser a vestimenta comum do homem. “Durante a Revolução
Industrial ele se popularizou, mas sem deixar esse estigma de poder de lado”, explica a historiado-
ra. “A grande diferença é que, neste momento da história, tal percepção é muito mais clara”.
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