Guia do Novo Homnem do Século XXI - Edição 01 (2019-08)

(Antfer) #1

(^8) http://www.revistaonline.com.br


P


ara Valverde, as preocupações mudaram.
“Na geração dos meus pais, o homem era
o provedor. A responsabilidade de levar o
dinheiro para dentro de casa era mascu-
lina. Atualmente, a gente vê pais e mães
traba lhando, dividindo as despesas. E,
em alguns casos, a mulher trabalha e o
homem fica em casa”. Sim, os novos mo-
delos de família deixaram de ser exceção
e ganham cada vez mais espaço na socie-
dade moderna.
A maior liberdade de ação entre as pes-
soas contribui para a sua insegurança,
segundo Mariuza Pregnolato, psicóloga
clínica com especialização em Análise
Comportamental. “Antigamente, o ho-
mem se sentia mais dono da mulher.
O que não ocorre hoje, quando outros
homens têm acesso a ela, e ela tem
mais opções de escolha. Ao longo das
últimas décadas, o homem vem perden-
do, aos poucos, a supremacia que a so-
ciedade concedeu a ele no passado. As
mulheres começaram a ganhar maior
expressão e liberdade, fazendo com
que o homem sofra com uma espécie
de perda de poder na atualidade. Outro
ponto agravante é o comportamento fe-
minino mais liberal que, de uma forma
geral, assusta os homens”.
Aquela mulher moderna, que trabalha,
é independente financeiramente, bonita,
solteira e escolhe seus parceiros, muitas
vezes sem querer comprometimento, as-
sombra em geral. Com larga experiência
em consultoria de relacionamentos, a es-
critora, filósofa, professora e palestrante
Pâmi Garcia ressalta: “Chegamos a um
ponto da história humana em que quase

tudo é permitido, quase tudo é válido e,
em alguns casos, até incentivado. E aí re-
side o grande conflito do homem: tudo é
permitido, mas nem tudo faz realmente
bem às nossas emoções. Quanto maior
a liberdade, maior a responsabilidade.
Vivemos em uma sociedade muito livre
e, por conta disso, é preciso muita matu-
ridade para lidar com as consequências
de nossas escolhas. O homem moderno
está vendo isso em seu cotidiano”.
Já se imaginou trocando de papel com a
esposa: enquanto ela vai trabalhar, você
toma conta da casa, faz a comida, arru-
ma as crianças, faz o dever de casa, conta
história e as coloca para dormir? O jorna-
lista, escritor e poeta Fabrício Carpinejar
sim! Ele brinca sobre o assunto no livro
de crônicas Borralheiro, minha viagem
pela casa. Para o poeta, Borralheiro é o
novo homem do lar, que não tem vergo-
nha de sua sensibilidade. Em seu blog,
Carpinejar lista algumas vantagens de
ser Borralheiro, tais como: “Curtir a
infância dos filhos, com disponibilidade
pay-per-view; aproveitar o tempo livre
para cursos, cinema e teatro; ter a pre-
ferência da reclamação, lamentando que
nunca é valorizado pela família; retomar
a coleção de aeromodelismo da infância;
aperfeiçoar o faro para infidelidade, com
a possibilidade de mexer em bolsos, rou-
pas e gavetas, ganhar isenção no impos-
to de renda, entre outros”.
Brincadeiras à parte, em muitas famílias,
homens e mulheres alternam os papéis
sem nenhum problema. Em outras, o casal
encontra o equilíbrio perfeito, conseguindo
dividir as tarefas de casa, filhos e trabalho.

INTRODUÇÃO

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