Ana Maria - Edição 1192 (2019-08-19)

(Antfer) #1

É


provável que você já tenha ouvido falar sobre trombose. Afinal, a doença
costuma ser citada em diferentes contextos: nas conversas sobre a saúde da
mulher, o problema aparece como um efeito colateral de anticoncepcionais;
já quando se trata de sedentarismo, também é tratada como uma das possíveis
complicações. Afinal, qual sua verdadeira origem e de que forma pode ser evitada?
Consultamos especialistas para tirar estas e outras dúvidas.

PROBLEMA DE CIRCULAÇÃO
A principal característica da trombose é a formação de coágulos que
dificultam ou impedem a passagem do sangue. Elas costumam provocar
inchaço, dor e vermelhidão no local afetado. “Existem dois tipos: um
deles ocorre na artéria e o outro na veia”, explica Suely Meireles Rezende,
hematologista e professora da Universidade Federal de Minas Gerais.
Nos dois casos, a região mais propícia ao desenvolvimento são os
membros inferiores. Um dos maiores riscos da doença está associado
ao desprendimento do coágulo: solto, ele pode percorrer a corrente
sanguínea até o pulmão e prejudicar o desempenho do órgão. Essa
condição, conhecida como embolia pulmonar, leva, em muitos casos,
à morte. Por isso previna-se e procure um médico caso haja suspeitas.

desenvolver varizes e também
trombose”, explica a angiologista Aline
Lamaita. Por esse motivo, recomenda-
se manter um estilo de vida saudável
e praticar atividades físicas. Para
aqueles que já passaram dos 40 anos,
o ideal é fazer um acompanhamento
médico, pois esta fase da vida requer
cuidados especiais. “Como parte do
processo natural de envelhecimento
ocorre perda de massa magra, ou seja,
da musculatura. Logo, vale seguir uma
rotina de exercícios que coloquem o
corpo em movimento, ajudando na
circulação e que também previnam
esta perda”, diz.

PÍLULAS ANTICONCEPCIONAIS
Não é mito: o método contraceptivo
que funciona muito bem para a sua
amiga pode não ser a melhor opção no
seu caso. Por quê? As pílulas contêm
hormônios e eles interferem na
circulação sanguínea. “O uso deve ser
discutido junto ao ginecologista, para
que ele explique os benefícios e riscos
envolvidos em cada caso”, defende
Aline. “Mulheres acima de 35 anos,
fumantes, obesas, que sofrem com
doenças crônicas, que estão fazendo uso
de medicamentos quimioterápicos ou
com histórico de trombose na família
têm mais riscos de sofrer uma trombose
e, portanto, devem estar cientes dos
riscos envolvidos antes de tomar
esta decisão”, alerta.

DESLOCAMENTO LONGO
“Quem vai fazer uma viagem
com mais de quatro horas de
duração – seja de carro, ônibus
ou avião – precisa tomar
alguns cuidados”, ressalta
Daniel Mendes, angiologista do
Hospital Felício Rocho. O risco
vem do tempo excessivo com o
corpo parado, pois isso dificulta
a circulação do sangue. Diante
desse quadro, o médico
recomenda: “Pessoas com
histórico familiar de trombose
devem procurar um especialista
antes da viagem para receber
orientações e, se for algo
necessário, os medicamentos
adequados para a prevenção”.
Mendes também ressalta a
importância de se movimentar
durante o trajeto pelo menos
a cada duas horas. “Se puder
levantar, dê uma volta no
corredor. Já se estiver no carro,
faça movimentos circulares
com os pés para cima e para
baixo diversas vezes”, completa.

TRABALHAR SENTADO
Independentemente da causa,
a imobilização prolongada é um
dos maiores vilões da trombose.
Na opinião de Suely, a sociedade
tende, cada vez mais, a ficar imóvel.
“São muitas as facilidades: escadas
rolantes, elevadores, controles
remotos... Tudo isso reduz os
esforços físicos do dia a dia”, explica
ela. A recomendação, portanto, é
exercitar as pernas a cada hora – a
dica se torna ainda mais importante
para aqueles que trabalham a
maior parte do dia sentados. “Uma
caminhada para ir ao banheiro ou
beber água já faz diferença”, aponta.

SEDENTARISMO
“A panturrilha é o coração das
pernas. A cada contração muscular
bombeamos o sangue e ativamos
a circulação. Situações nas quais a
musculatura fica parada por muito
tempo podem causar retenção de
líquido, levando a inchaço, sensação
de pernas pesadas e cansadas,
aumentando a predisposição a

CONHEÇA OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O
DESENVOLVIMENTO DA DOENÇAGrupo Unico PDF Acesse: @jornaiserevistas

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