Adega - Edição 166 (2019-08)

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cultura se desenvolveu no século I d.C. graças
aos romanos. A cidade de Vienne, por exemplo,
foi famosa por seus vinhos durante muitos anos,
mas, o colapso do Império Romano fez com que
a viticultura das regiões mais ao norte sofresse.
Apenas os vinhedos próximos aos portos do Me-
diterrâneo mantiveram-se prósperos.

Vinho dos Papas?
O vinho do Rhône voltaria a se tornar famoso
na Europa no século XIV, após um grande cis-
ma da Igreja Católica. Na época, o arcebispo de
Bordeaux, Raymond Bertrand de Got, assumiu
como papa com o título de Clemente V (daí o
nome do Château Pape Clement). E, sob in-
fluência do rei francês, o papado se mudou para
Avignon. João XXII, o segundo dos sete papas de
Avignon, tinha uma residência de verão cons-

N


o sudeste da França fica a segunda
maior região vitivinícola do país,
o vale do Rhône, com mais de 70
mil hectares de vinhedos (perden-
do apenas para Bordeaux). Além
da imponência em tamanho, as famosas Côtes du
Rhône, como a região é genericamente chamada,
são o berço de grandes vinhos e histórias que mar-
caram a vitivinicultura mundial. Para quem quer
conhecer um pouco mais sobre esse local impres-
cindível, aqui vão 10 fatos-chave.

De Roma
No século IV a.C., durante a colonização grega,
as primeiras vinhas foram cultivadas em Marse-
lha (que, na realidade, fica na região de Proven-
ce) e se espalharam pelos arredores. Já na parte
norte do vale do Rhône especificamente, a vini-

No século XIV, os “Vin du
Pape” (vinho do papa)
eram servidos no palácio
papal em Avignon
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