Adega - Edição 166 (2019-08)

(Antfer) #1

76 ADEGA >> Edição^166


DEGUSTAÇÃO | por^ EDUARDO MILAN


Vertical exclusiva de um dos Syrah pioneiros
de clima frio, o EQ da Matetic

A EVOLUÇÃO


DO EQUILÍBRIO


O


trabalho da Matetic em San An-
tonio, mais precisamente, no frio
vale El Rosario, começou com o
plantio de vinhedos de diversas
variedades nos solos graníticos da
região em 1999, com o objetivo de testar quais
conseguiriam amadurecer corretamente naquele
lugar mais extremo. Desde o primeiro momen-
to, investiram todos os seus esforços nas práticas
orgânicas e biodinâmicas. Assim, desde 2007 são
totalmente certificados orgânicos e desde 2013
também biodinâmicos.
Pioneiros na zona e após vários experimentos,
uma das cepas que encontraram ali as condições
ideais foi a Syrah. Assim, já em 2001, com vinhe-
dos de apenas dois anos, lançaram o EQ Syrah,
que na época foi um marco na vitivinicultura chi-
lena, comprovando que essa variedade se adap-
tava muito bem em climas mais frescos. Desde
então, EQ (as letras que dão origem ao nome do
vinho são uma referência à palavra equilíbrio) é
um dos melhores exemplos de Syrah de clima
fresco da América do Sul.

Surpresa
Antes de falarmos da vertical em si, cabe breve-

mente contar como ela aconteceu. Na verdade,
foi uma deliciosa surpresa. Emmanuel Campa-
na, braço direito do enólogo-chefe Julio Bastías e
encarregado da vinícola, esteve recentemente no
Brasil para promover os vinhos aos funcionários e
sommeliers das lojas da importadora Grand Cru
em São Paulo e no Rio de Janeiro, e no convidou
para participar de um desses encontros. Porém
ao chegarmos, fomos surpreendidos com uma
degustação exclusiva para ADEGA com cinco
safras de EQ Syrah trazidas por Campana em sua
mala de viagem.
Segundo Campana, as safras 2003, 2006,
2011, 2013 e 2014 foram as escolhidas pois mar-
cam certas etapas de evolução do vinho no de-
correr dos anos, fruto de um amadurecimento
tanto das vinhas, como do conhecimento mais
aprofundado da zona de El Rosario. Compa-
rando as amostras provadas, fica claramente de-
monstrada a explicação do enólogo, pois as safras
2011, 2013 e 2014 mostram mais profundidade,
taninos mais firmes e de ótima textura, além de
notas salinas mais pronunciadas no final de boca,
quando comparadas às safras 2003 e 2006, que
são mais calcadas na expressão da fruta e no volu-
me de boca. Confira os vinhos provados.
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