Você SA - Edição 255 (2019-08)

(Antfer) #1

AGORA | ENTREVISTA COM O PRESIDENTE


28 wAGOSTO DE 2019 wVOCÊ S/A


Uma pesquisa recente da
British Council revela que apenas
5% dos brasileiros sabem falar
inglês e 1% é fluente. Você
sente isso na prática?
Com certeza. Mesmo nas multina-
cionais a gente percebe que o per-
centual de fluência é bem baixo.
Os profissionais têm dificuldade na
hora de participar de entrevistas,
reuniões, conferências, e o inglês
acaba sendo um critério de des-
classificação para muita gente. Até
aqui na Mindset nós sofremos um
pouco, porque temos cargos que de-
mandam comunicação com o mun-
do inteiro, e ter essa proficiência é
importante. Às vezes, ficamos com
vagas abertas por meses por causa
da falta do idioma.


A Mindset é voltada para adultos,
já a Beils tem outro propósito,
de trabalhar com a geração Z.
O que muda no ensino para
esses jovens?
Na questão metodológica, não
muda muita coisa porque já passa a
ser igual a partir dos 16 anos. Para
crianças, o ensino é feito de outra
forma, mas depois de certa idade
a estrutura acaba sendo a mesma
para adolescentes e adultos. O que
eu acho é que essa geração já vem
mais preparada. Por causa dos
avanços de recursos tecnológicos,
filmes e jogos, os jovens têm uma
familiaridade maior com o idioma.
Além disso, eles são menos inibi-
dos, mais plugados e passam mais
tempo nos aplicativos de estudos.
Por isso acabam evoluindo rapi-
damente no aprendizado. Os alu-


nos com mais de 30 anos são mais
acanhados na hora de falar inglês
e ainda enfrentam o problema de
horário das aulas.

Antes de criar sua empresa,
você trabalhava como
professor de inglês. Como
foi sair da sala de aula para
liderar uma empresa?
Não foi e não é fácil, mas acabou
acontecendo naturalmente. O pró-
prio idioma me levou para o em-
preendedorismo. Eu procuro lide-
rar pelo exemplo, acredito muito
na educação, e isso é contagioso. A
gente conseguiu montar uma equi-
pe que compartilha sonhos e obje-
tivos. Isso é importante, principal-
mente quando se está começando.
Você precisa ter, a seu lado, pes-
soas que acreditam em seu sonho.

Além da Mindset e da Beils,
você tem escolas de idiomas
em outros cinco países e
editoras para distribuição de
material didático em 32 países.
Como é liderar tantas operações
ao redor do mundo ao
mesmo tempo?
Não é tão complicado, porque nós so-
mos um grupo que cresce de acordo
com o potencial. Por exemplo, no Mé-
xico temos um responsável que vai
tocar as operações da Beils lá. An-
tes de escolher um candidato, fomos
atrás de profissionais que estivessem
alinhados com o objetivo da empre-
sa. Independentemente da tecnolo-
gia e do investimento, no final são
as pessoas que fazem a diferença.
Para manter a identidade, a gente
usa a mesma metodologia, o mesmo
material e interage muito no dia a
dia. O principal é encontrar pessoas
com potencial e que se adaptem bem
à cultura da companhia. Saber fazer
o trabalho é o último quesito, porque
isso a gente ensina.

Qual é seu conselho para quem
quer empreender, principalmente
no setor de educação?
A área de educação ainda é muito
carente no Brasil, não só na parte de
idiomas mas de um modo geral. Eu
acho que quem quer investir nisso
tem de arriscar e se juntar a pessoas
que sejam apaixonadas por ensino.
Porque a educação é a única forma
de termos um futuro melhor. Por
isso, é necessário entrar de cabe-
ça, corpo e alma. Quando você se
esforça e se entrega a um projeto, o
resultado é sempre bom.

“A tecnologia


é um pilar


importante


para o


crescimento


de qualquer


empresa”

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