Você SA - Edição 255 (2019-08)

(Antfer) #1

FOTO: DANIELA TOVIANSKY VOCÊ S/A wAGOSTO DE 2019 w 49


alimentar direito, permanecia
longos períodos sentado e tinha
menos interações com a família.
A consequência veio no ano se-
guinte: uma hérnia, resultado
de meses de uma postura inde-
vida no uso de dispositivos di-
gitais. Apesar dos tratamentos
médicos aos quais foi submeti-
do para o problema na coluna,
o detox das redes, entretanto,
só aconteceu anos mais tarde.
“Em 2018 percebi que não esta-
va sendo realmente produtivo
por causa da internet. Foi então
que comecei a aplicar algumas
técnicas de coaching que apren-
di no dia a dia e a mudar meus
hábitos”, explica Marco, que co-
meçou a monitorar o tempo gas-
to na rede de computadores e
estabeleceu metas pessoais. “O
início foi difícil. Eu queria saber
o que estava acontecendo nas
redes o tempo todo, mas logo
consegui organizar as tarefas
com a ajuda de estratégias.”
Hoje, além da prática de exercí-
cios e de fazer seu horário de al-
moço sem o celular, Marco traba-
lha 1h30 sem as distrações da internet
e faz uma pausa de 30 minutos para
responder aos e-mails e às mensagens
profissionais. Sua meta é chegar a 3
horas ininterruptas, o que ele garante
que conseguirá em breve. A organiza-
ção trouxe uma rotina diferente para
sua vida. “Ganhei tempo de qualidade
com minha família, fora da internet, e
com base em minha experiência pude
ensinar táticas a meus alunos para
se concentrarem mais nos estudos
fazendo menos uso do celular”, diz
o profissional, que administra uma
plataforma de cursos preparatórios
online chamada Meu Curso.

Cláudia Gambaroni (ao centro),
publicitária: nos fins de
semana, ela navega durante,
no máximo, 15 minutos

titarefa não é melhor para a produti-
vidade. Ao contrário, o cérebro não é
multitarefa, é programado para focar
uma coisa por vez. Ele trabalha com o
único propósito de finalizar o que foi
iniciado”, explica Cristiano.
Se soubesse disso, o advogado e
especialista em direito do consumi-
dor Marco Antônio Araújo Júnior, de
44 anos, teria evitado um ciclo tec-
nológico de 16 horas diárias na in-
ternet a partir de 2013, prática que
afetou seu foco e sua produtividade.
Para dar conta das duas funções que
exercia na época, a de diretor exe-
cutivo de um grupo educacional e a


de professor de direito em um curso
preparatório para o exame da OAB,
e despachar o que era preciso, Marco
se valeu dos benefícios da internet,
mas logo passou a ter problemas.
“No home office respondia a mais de
400 e-mails por dia, fazia reuniões
online e, mesmo trabalhando das 7
às 23 horas, acordava de madrugada
para responder a dúvidas de alunos
pelas redes sociais. Eram cerca de
500 mensagens por dia”, conta.
Com um horário hiperextendido
de trabalho e sem conseguir um
equilíbrio entre a vida pessoal e a
profissional, Marco passou a não se
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