Você SA - Edição 255 (2019-08)

(Antfer) #1

U


m aspecto da gestão moderna que sem-
pre me preocupou é o endeusamento
dos executivos que possuem visão es-
tratégica. Claro que é importante, cla-
ro que ter essa habilidade ajuda muito
na gestão, mas os líderes que são bons
executores também precisam ser igual-
mente reconhecidos. Como diz o grande
consultor indiano Ram Charan, “a melhor estratégia é
aquela que é bem executada”.
Sabemos de muitas empresas que possuem um mag-
nífico planejamento estratégico, mas não conseguem
colocá-lo em prática, pois tratam a execução como uma
disciplina menos importante. O que se ouve é: “O topo
faz a estratégia e os ‘lá de baixo’ executam”. Grande erro.
O executor é tão valioso quanto o formulador. Eles se
complementam e devem ser tratados igualmente, com
as mesmas recompensas e reconhecimento.
Existem algumas regras para o processo de execução,
as quais reúnem técnicas e comportamentos. Vejamos o
que Larry Bossidy e Ram Charan nos indicam em seu
livro Execução (Alta Books, 69,90 reais).


  1. Conheça bem seu pessoal e seu negócio. Isso
    parece óbvio, mas não é. Faça as seguintes perguntas:
    “Qual é o time que vai fazer a execução?” “Será que eu,
    líder, conheço bem as características de cada um?” “Até
    que ponto posso desafiá-los?” “Qual o nível de compro-
    metimento de cada um?”

  2. Insista no realismo. O bom executor sabe ler
    nas entrelinhas do plano e sacar sua viabilidade. Essa
    análise pragmática é fundamental para o sucesso, pois
    sempre é necessário ter uma dose de realismo para
    conduzir a execução.

  3. Estabeleça metas e prioridades claras e as
    comunique. As famosas frases “Somos todos adultos”
    ou “Qualquer criança entende o que precisamos fazer”
    são inadequadas, desmotivadoras e sem nexo.


Execução ou estratégia?


Em muitas empresas, só se pensa no estratégico. Mas nada funciona direito sem
pessoas que executem bem. É fundamental um equilíbrio entre as duas funções


  1. Trabalhe para concluir o que foi planejado. Não
    deixe pedaços para serem feitos mais tarde, não pare no
    meio e não procrastine.

  2. Recompense quem faz. Muito cuidado para recom-
    pensar aqueles que realmente executaram, que deram o
    sangue, que fizeram a virada.

  3. Amplie o leque de competências do time pro-
    pondo desafios. Lembre-se de que as pessoas são sem-
    pre melhores do que pensam. Portanto, desafie-as, faça
    com que saiam de sua zona de conforto e cresçam por
    meio dos desafios.

  4. Conheça seus limites. Muitas vezes, não é a equipe
    que não funciona. É você que está indo além de seus limi-
    tes e de suas convicções — ou, até, contra seus valores.
    Por isso, entenda até onde você aguenta. Somos seres
    humanos com limites que devem ser respeitados.
    Capriche na execução e você terá a melhor estratégia
    funcionando.


“O executor é tão valioso
quanto o formulador”

LUIZ CARLOS CABRERA
ESCREVE SOBRE
CARREIRA, É PROFESSOR
NA EAESP-FGV E DIRETOR
NA PMC-PANELLI MOTTA
CABRERA & ASSOCIADOS

ERA


80 wAGOSTO DE 2019 wVOCÊ S/A

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