Veja São Paulo - Edição 2649 (2019-08-28)

(Antfer) #1
Veja São Paulo 28 de agosto, 2019 11

GLORIA GROOVE
Artista desde criança, Daniel
Garcia, 24, integrou uma for-
mação dos anos 2000 do
Balão Mágico, participou de
dupla gospel e enveredou pelo
rap. “Gloria Groove surgiu quan-
do me montei para ir a uma festa.
Eu me senti plena e reconheci minha
feminilidade”, conta ela, hoje estouro na
música, com faixas como Coisa Boa. “Depois de ter vivido tantas
coisas, ser drag é o que mais me deu a sensação de pertenci-
mento.” Por isso, Gloria é uma das que mais levantam a bandei-
ra LGBTQI+. “Me dá tesão e força lutar contra a homofobia.”

MISS BIÁ
Começou na arte do transfor-
mismo no início da década
de 60 e não parou mais. “Fi-
cava, e ainda fico, muito bo-
nita, e nunca me faltou traba-
lho.” Nascido no Brás, Eduardo
Alba rella, 80 anos, foi office boy,
estilista e maquiador — chegou a en-
feitar Hebe Camargo. Mesmo na época
da ditadura, seguiu firme, com até cinco shows por noite.
“Vez ou outra, precisávamos mostrar o que ia ser apresen-
tado”, conta ele, e alfineta: parte das drags de hoje está mais
preocupada com a fama do que em aprender a arte.

ARETUZA LOVI
A drag queen surgiu de vez em
Brasília há pouco mais de sete
anos, após Bruno Nascimento,
29, hoje radicado em São Pau-
lo, perder uma aposta. “Meus
amigos me desafiaram a ir a
uma balada como Aretuza”, lem-
bra o artista, dono de hits como
Joga Bunda. Com uma infância compli-
cada, marcada por humilhações e depressão, ele viu na per-
sonagem uma forma de superação. “Estava no buraco e me
apaixonei”, diz. Na mesma época, decidiu adotar o filho de
uma amiga, Noah, 5. “Bani a palavra medo do vocabulário por
ele: há preconceito, mas estamos na luta para sobreviver.”

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