Ana Maria - Edição 1193 (2019-08-26)

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A


autoestima nada mais é que aquilo
que você pensa e sente sobre si.
Assim, baixa autoestima é uma
opinião ruim sobre você mesma. E ela traz
consequências negativas, como impedi-la
de levantar da cama, sair de casa, progredir
no trabalho, enfrentar problemas... E o que
ocorreu na sua infância é fundamental para
determinar esse sentimento. Crianças que
sofreram abuso sexual e maus-tratos têm
problemas de autoestima. Quando adultos,
ainda poderão ‘carregar’ esse problema. Sua
história influenciará sua autoestima para
sempre. Bullying, críticas constantes, não
conseguir corresponder às expectativas dos
pais, professores ou colegas, estar no meio
de constantes brigas familiares, sem afeição
e sem receber atenção, também contribuem
para a autoestima baixa. É comprovado
ainda que quem abusa de álcool e drogas,
e sofre de transtorno mental (depressão,
esquizofrenia, transtorno obsessivo-
compulsivo) tem a estima ainda mais baixa,
seja por aprofundar seus sintomas, seja pelo
estigma que tais doenças trazem. Também
é fato que autoestima baixa gera quadros
depressivos e ansiosos. É, portanto, um ciclo
que se realimenta e perpetua. Percebe o
que isso faz com a qualidade da sua vida?
Por isso, é preciso cuidar desse quadro de
desânimo e desestímulo, e buscar ajuda
de um profissional para o controle do seu
estado mental e, consequentemente, a
melhora do ânimo e perspectivas. A base do
tratamento é estabelecer uma boa relação,
o que vai garantir a adesão da pessoa.
Quando necessário, paralelo à psicoterapia,
faz-se necessário o uso de medicação. Tudo
visando criar mudanças no estilo de vida,
especialmente através de relacionamentos
saudáveis com parentes, amigos e parceiros.
Mais que tudo, consiste em abraçar suas
fragilidades, estar consciente delas e não
se abandonar. Se você está acima do peso,
sem amigos, sem emprego, não pode ficar
sem reagir, sem pedir ajuda, à mercê de uma
opinião tão negativa sobre você mesma.

A mente da gente


GETTY IMAGES

Envie suas perguntas para Luiz Scocca pelo e-mail [email protected]

LUIZ SCOCCA
É psiquiatra com mais
de 20 anos de atendimento
em consultório próprio,
além da participação
em grupos de estudo,
congressos e projetos
sociais. Formado pela USP
e membro das associações
brasileira e americana
de psiquiatria: ABP e APA.

Autoestima: reconhecendo


as suas fragilidades


“Se você está acima
do peso, sem amigos,
sem emprego, não
pode ficar sem
reagir, sem pedir
ajuda, à mercê de
uma opinião
tão ruim e negativa
sobre você mesma”

A percepção de
nós mesmos a partir
de nossos modos de
agir e pensar é o que
gera sentimentos
de inferioridade,
superioridade,
autocrítica ou
autocensura. Essas
características
influenciam
diretamente em
nosso bem-estar
e qualidade de
vida. Pessoas com
alta autoestima
costumam ser
mais fortes por
acreditarem mais em
seu potencial.

A percepção de
si mesma

Desemprego causa
baixa autoestima

De acordo com
pesquisa realizada
pelo Serviço de
Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas
(CNDL), mais
da metade dos
brasileiros (56%)
desenvolveram o
sentimento de baixa
autoestima após
perderem o emprego.
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