anna freud
A trajetória
da filha de
Sigmund Freud
trouxe valiosas
contribuições
para o estudo
da psique,
especialmente
para a
compreensão
da mente
infantil
N
a composição do músi-
co Belchior Como Nossos
Pais, a cantora Elis Re-
gina popularizou a letra
“ainda somos/os mesmos
e vivemos/como nossos pais”. Assim como
na canção, no campo psicanalítico, a re-
lação entre pai e filha também vivencia
repetições. Anna Freud, a irmã mais nova
de uma família de seis irmãos, seguiu os
passos de seu progenitor nos estudos da
psique e se tornou uma das maiores her-
deiras de seu legado.
Pedagoga de formação e professora
infantil durante um período, tinha curio-
sidade a respeito do funcionamento da
mente dos pequenos. Ao longo da década
de 1920, quando passou a integrar o círculo
de Sigmund, frequentando as reuniões da
Associação Psicanalítica de Viena, valeu-se
da paixão pela sua profissão e transformou-
-se em uma das primeiras psicanalistas
infantis da história. Também se notabilizou
por sua participação em uma campanha
que tratou crianças vítimas da Segunda
Guerra Mundial, desenvolvendo clínicas
e berçários voltados para esse público.
Passos iniciais
Ao nascer em 1895, em Viena, na Áustria,
a última filha de Sigmund e Martha Freud
chegou a um mundo que, em breve, seria
transformado pelas teorias do pai. Afinal,
no ano de 1896, o popular psicanalista
contou ao médico alemão e seu amigo
Wilhelm Fliess, por meio de cartas, que
havia começado a anotar e analisar seus
sonhos, buscando definir a natureza de
suas manifestações mentais. Quatro anos
depois, Freud lançou sua obra de maior
fama, A Interpretação dos Sonhos, que traria
uma nova visão científica sobre os processos
psíquicos pré-conscientes, conscientes e
inconscientes no período de repouso (saiba
mais a partir da página 6) e alteraria a
concepção sobre os fenômenos da psique.
importante
legado
um
TEXTO E ENTREVISTA
matheus santos/colaborador
DESIGN ana paula maldonado